Donald Trump, presidente dos EUA, foi criticado por ter apoiado um medicamento antimalárico, que ainda não foi aprovado pela Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) norte-americana, como uma cura para a COVID-19.
Vários altos responsáveis da Saúde, incluindo o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos EUA, questionaram a declaração do presidente e disseram que não há provas de que o medicamento funcionaria.
Fauci afirma que não quer envergonhar o presidente Donald Trump quando o contradiz sobre o surto de coronavírus nos Estados Unidos, disse o alto responsável em entrevista ao New York Times, acrescentando que só quer "divulgar os fatos".
"Não quero agir como um tipo duro, como se tivesse enfrentado o presidente. Eu só quero divulgar os fatos. E, em vez de dizer 'você está errado', tudo o que você precisa fazer é falar continuamente sobre quais são os dados e quais são as evidências", disse Fauci na entrevista.
O diretor do NIAID reconheceu que tem dito a Trump coisas que "ele não quer ouvir", mas sublinhou que o presidente não interpreta a informação como uma tentativa de confronto, e leva-a de uma boa maneira.
"Eu tive que dizer publicamente algo diferente do que ele afirma. É um negócio arriscado, mas esse é o meu estilo. Eu digo da maneira que é, e se ele vai ficar chateado, ele fica chateado, e ele entende isso."
"Ele é um tipo esperto. Ele não é um boneco. Então ele não aceita isso, certamente até agora, ele não entende isso como se eu o estivesse confrontando de alguma forma. Ele aceita isso de uma boa maneira", disse Fauci.
Comentando a recente declaração de Trump sobre um medicamento antimalárico que poderia ser usado para tratar o coronavírus, Fauci disse que não há nenhuma prova definitiva de que funcionaria.
"Não estou totalmente certo sobre o que o presidente estava se referindo", disse Fauci aos repórteres durante a coletiva de imprensa no sábado (21). "Mas acredito que ele estava se referindo um relatório que usava hidroxicloroquina e azitromicina juntas para ter alguma possibilidade de haver um efeito. Muitas das coisas lá fora são o que eu tenho chamado de 'relatórios anedóticos'."