Uma das ideias de Darwin é provada por doutoranda 140 anos depois

© AP Photo / STRRetrato do cientista britânico Charles Robert Darwin, feita pouco antes da sua morte
Retrato do cientista britânico Charles Robert Darwin, feita pouco antes da sua morte - Sputnik Brasil
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O sucesso das ideias do famoso biólogo inglês Charles Darwin tem mudado a forma como a comunidade científica estuda a natureza, até esta semana, uma das suas teorias permanecia por provar.

Charles Darwin, o pai da ciência evolutiva, publicou "A Origem das Espécies" em 1859. Seu trabalho revolucionou as ciências naturais, mas nem todas as suas teorias tinham sido comprovadas.

Em um trabalho de pesquisa publicado na quarta-feira (18) na revista Proceedings of the Royal Society, Laura van Holstein, doutoranda em Antropologia Biológica no St John's College da Universidade de Cambridge, Reino Unido, descobriu que uma das hipóteses de Darwin, que 140 anos após sua morte ainda não tinha sido comprovada, se revelou verdadeira. Usando a modelagem de dados, ela provou que um gênero com mais espécies também tem mais subespécies.

"Minha pesquisa de investigação da relação entre espécies e a variedade de subespécies prova que as subespécies desempenham um papel crítico na dinâmica evolutiva a longo prazo e na evolução futura das espécies, e sempre o fizeram, que é o que Darwin suspeitava quando definia o que era realmente uma espécie", comentou van Holstein.

Darwin se referia a grupos dentro de uma espécie com traços e áreas de reprodução distintos como "subespécies". Por exemplo, há três subespécies de girafa do norte e 45 subespécies de raposa vermelha, que é o maior número de qualquer variação animal.

Quebrando o código

A fim de testar a hipótese, van Holstein analisou uma ampla base de dados de classificações animais e procurou padrões dentro do conhecimento existente coletado das espécies e subespécies de mamíferos.

Os dados mostraram que a diversificação entre espécies e subespécies estava entrelaçada, como Darwin havia sugerido. Mas havia mais: as subespécies tendem a se formar, diversificar e aumentar de maneira diferente dependendo do habitat (diferente em terra e no mar, por exemplo).

Foi demonstrado que existe uma correlação entre a diversidade de espécies e a diversidade de subespécies, sendo mais forte nos mamíferos não terrestres, ou seja, criaturas do mar ou do ar, que são menos inibidos por fronteiras físicas como as montanhas.

Subespécies de morcegos e golfinhos, por exemplo, poderiam ser consideradas o início de uma nova espécie, ao contrário da evolução de uma espécie antiga, dizem pesquisas.

Segundo Holstein, há relação entre o desenvolvimento de uma subespécie e a criação de uma espécie inteiramente nova, mas explicou que a evolução "não é determinada pelos mesmos fatores em todos os grupos". Agora sabemos que isso é devido à força recentemente descoberta da relação entre a "riqueza de espécies e a riqueza de subespécies".

Estas descobertas são significativas para os métodos de conservação de animais em perigo. Os habitats de um enorme número de animais estão ameaçados pelas alterações climáticas e estas descobertas mostram que a atividade humana está influenciando o processo evolutivo.

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