Descoberto fóssil de serpente dona de visão infravermelha de 48 milhões de anos (FOTO)

© Foto / Pixabay / SoundfrauJiboia arco-íris (imagem referencial)
Jiboia arco-íris (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Cientistas descobriram fóssil de nova espécie de serpente dona de visão infravermelha em sítio que é Patrimônio da UNESCO e que quase virou lixão.

O achado foi relatado em um estudo de dois cientistas do Museu de História Natural Senckenberg, na Alemanha, e foi publicado na revista Diversity.

Agustín Scanferla e Krister Smith estudaram a evolução das cobras do Messel Pit, sítio fossilífero e Patrimônio Mundial da UNESCO.

Na pesquisa, a equipe conseguiu demonstrar que há cerca de 48 milhões de anos, o ecossistema de Messel Pit abrigava uma grande diversidade de serpentes.

Entre elas, uma espécie de cobra conhecida como Palaeopython fischeri, em homenagem ao antigo ministro alemão das Relações Exteriores Joschka Fischer, que em 1991 ajudou a evitar que Messel Pit fosse transformado em aterro sanitário.

Os cientistas apuraram que essa cobra, pertencente ao gênero Eoconstrictor, era capaz de gerar imagens infravermelhas do seu entorno.

​Fóssil de cobra com visão infravermelha: evolução precoce de cobras foi examinada em Messel Pit.

No estudo, os cientistas usaram principalmente combinações de métodos analíticos.

"Primeiro, descobrimos que ao que se pensava, a espécie não pertencia ao gênero Palaeopython, mas, sim, ao gênero Eoconstrictor, que está relacionado às jiboias-constritoras sul-americanas", afirmou Smith.

Uma análise detalhada das vias neurológicas da agora denominada Eoconstrictor fischeri revelou outra surpresa.

Tal como as jiboias e pítons atuais, a cobra fossilizada possuía a fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor capaz de detectar variações mínimas de temperatura.

Esses órgãos permitem que as serpentes gerem uma imagem de calor tridimensional do seu ambiente, combinando luz visível e radiação infravermelha. Isto permite aos répteis detectar mais facilmente presas, inimigos ou esconderijos, escreve portal Heritage Daily.

"No entanto, no Eoconstrictor fischeri estes órgãos estavam presentes apenas na mandíbula superior. Além disso, para nossa surpresa, não há indícios que esta serpente preferisse presas de sangue quente. Até agora, só conseguimos detectar presas de sangue frio de animais como crocodilos e lagartos em seu estômago e conteúdo intestinal", acrescentou Smith.

A equipe de cientistas supõe, por isso, que os primeiros órgãos de fosseta em uma cobra servissem unicamente para refinar a percepção sensorial das serpentes não sendo como acontece com as serpentes constritoras de hoje para fins de caça ou defesa.

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