EUA deveriam aprender com China e Cuba como combater COVID-19, diz tecnólogo

© REUTERS / Luigi AvantaggiatoMédicos em fatos protectores em um hospital em Roma, Itália
Médicos em fatos protectores em um hospital em Roma, Itália - Sputnik Brasil
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Dois especialistas norte-americanos mencionam os esforços que a China e Cuba estão realizando nos outros países para combater o novo coronavírus, enquanto os EUA mantêm uma postura individualista.

O governo chinês lançou uma nova tecnologia para conter o surto da COVID-19 e está dando apoio a outros países em dificuldades, enquanto os EUA continuam seguindo uma abordagem individualista, de acordo com a mentalidade da "América Primeiro" e "somente para lucro", disseram Chris Garaffa, desenvolvedor de recursos de Internet, e Patricia Gorky, engenheira de software e analista de tecnologia e segurança, à Sputnik Internacional na segunda-feira (16).

"A China lançou tecnologia de ponta na sua luta contra o vírus COVID-19, e estamos vendo isso também na Itália através da parceria China-Itália", disse Gorky.

Abordagem de alta tecnologia da China

"A China revelou um robô de 5G que detecta se as pessoas estão usando máscaras e lhes dá um lembrete verbal para colocarem uma", comentou a analista de tecnologia e segurança. "Nós também temos robôs [na China] entregando embalagens enquanto as pessoas estão em quarentena".

"Normalmente, quando falamos de drones e robôs, estamos falando de como o governo dos EUA está realmente implementando tecnologia para vigilância [...] Mas o que a China está mostrando é que, na verdade, há uma maneira alternativa, ou seja, essa tecnologia pode realmente ser usada para ajudar as pessoas", explicou Patricia Gorky.

XAG introduz operação de desinfecção com drone para combater o surto de coronavírus

Na província chinesa de Shandong, as frotas de drones da XAG foram destacadas por uma equipa de proteção de culturas em 28 de janeiro para desinfetar uma comunidade local de mais de 300 quilômetros quadrados em menos de quatro horas.

"A China criou equipamento hospitalar móvel, incluindo esta cabine de incineração rolante que pode eliminar resíduos perigosos. São salas de quarentena de impressão em 3D. Criaram um termômetro que pode detectar temperaturas anormais do corpo em um raio de 30 metros em menos de um segundo", relatou a engenheira à Sputnik.

"E eles fizeram esse termômetro, desenvolveram e produziram esse termômetro, em cinco dias. E a China também desenvolveu esses testes de ácido nucleico que podem fornecer resultados de COVID-19 em 15 minutos, e eles estão trabalhando atualmente em vacinas. O presidente chinês Xi Jinping disse que a China vai apoiar fortemente os países mais afetados, como a Itália, contra o surto da COVID-19", disse Gorky à Sputnik.

Um artigo recente do diário Wall Street Journal também revela que as autoridades sanitárias de toda a Ásia-Pacífico estão usando ainda mais tecnologias para combater a doença, incluindo o rastreamento de localização de smartphones para monitorar os movimentos de pessoas suspeitas de serem portadoras do vírus, bem como óculos térmicos que podem determinar a temperatura das pessoas.

A China não é a única que está usando soluções de alta tecnologia para combater o vírus. Na Coreia do Sul, o governo criou um aplicativo de rastreamento chamado "Proteção de Segurança da Auto Quarentena" para monitorar cerca de 30.000 pessoas que receberam ordens para ficar em casa. Os funcionários do governo foram alertados sempre que os indivíduos em quarentena saíam de suas casas.

China como única opção viável

Além disso, a China enviou equipes de especialistas médicos e suprimentos para Itália e Espanha na semana passada, depois que a União Europeia não conseguiu intervir e ajudar os dois países europeus mais atingidos pela pandemia. A ajuda incluiu 700 equipamentos, como monitores, ventiladores e desfibriladores.

As autoridades chinesas também enviaram especialistas médicos ao Iraque, Irã e Sérvia. O Irã, em particular, foi atingido de forma extremamente dura pela pandemia, com quase 15.000 casos e 900 mortes como resultado do vírus.

Na semana passada, o representante permanente da Itália na UE, Maurizio Massari, criticou a União Europeia por fazer vista grossa aos pedidos desesperados de ajuda da Itália.

"A Itália, o país europeu mais atingido pelo coronavírus, fez tudo o que podia para conter e gerir a epidemia [...] A Itália já pediu para ativar o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia para o fornecimento de equipamento médico para proteção individual".

"Mas, infelizmente, nem um único país da UE respondeu ao apelo da comissão. Apenas a China respondeu bilateralmente. Certamente, isto não é um bom sinal de solidariedade europeia", afirmou Massari.

Um novo mundo está emergindo desta crise.

Presidente sérvio: "A solidariedade europeia não existe. Isso foi um conto de fadas". O único país que nos pode ajudar nesta difícil situação é a República Popular da China. Para o resto deles, obrigado por nada".

As ações rápidas da China para ajudar outros países atingidos pelo vírus estão em forte contraste com a resposta dos Estados Unidos (ou a falta dela), salientou Gorky.

"O presidente chinês disse que a humanidade é uma comunidade com um futuro comum e que só através da unidade e coordenação poderemos enfrentar estes vários riscos e desafios globais".

"E eu só quero comparar isso com os EUA. O governo dos EUA está tentando obter os direitos exclusivos de uma vacina de fabricação alemã, mas apenas para os EUA. Essa é a mentalidade da 'América Primeiro'. Cuba e China estão enviando médicos para Itália e Iraque, enquanto os EUA enviaram bombas", disse à agência.

Tal como a China, Cuba enviou equipes de médicos e suprimentos médicos para países que lutam para conter o vírus. Cuba também fabricou 22 medicamentos que poderiam ser usados para conter o surto.

Nicarágua recebe da república irmã Cuba uma brigada de médicos que estará pronta para qualquer caso positivo de COVID-19.

Agradecemos ao presidente [cubano] Diaz-Canel [Bermúdez] pelo seu apoio e resposta rápida.

Um dos medicamentos, conhecido como Interferon B, curou 1.500 pacientes com coronavírus, e é um dos 30 medicamentos listados pela Comissão Nacional de Saúde chinesa como adequados para o tratamento de doenças respiratórias. Cuba enviou suprimentos de Interferon B à Itália, onde também está trabalhando com especialistas médicos chineses para conter o surto.

Perda de oportunidade com COVID-19

De acordo com Chris Garaffa, os EUA também deveriam estar desenvolvendo tecnologias para combater o vírus. No entanto, o presidente norte-americano, em vez disso, estaria espalhando falsidades sobre a construção pela Google de um portal de informação para ajudar a gerir o tratamento do coronavírus antes mesmo de a Google saber que estava construindo um site desse tipo.

Em uma tentativa de apaziguar a ordem de Trump, a empresa-mãe do Google, a Alphabet, procurou criar um site para diagnóstico e tratamento do coronavírus. O site foi lançado na segunda-feira (16) para os residentes dos condados de Santa Clara e San Mateo, no estado da Califórnia.

© REUTERS / Sergio PerezPassageiros aguardam embarque para voo com destino aos EUA, em Madri, na Espanha, 12 de março de 2020
EUA deveriam aprender com China e Cuba como combater COVID-19, diz tecnólogo - Sputnik Brasil
Passageiros aguardam embarque para voo com destino aos EUA, em Madri, na Espanha, 12 de março de 2020

No entanto, o site não parece fornecer muitas informações úteis. Se o usuário responder "sim" para a pergunta "Você está atualmente com sintomas graves, como tosse grave, falta de ar, febre alta ou outros sintomas preocupantes?", ele será redirecionado para a seguinte mensagem: "Com base no seu relatório de sintomas graves, o teste COVID-19 pessoal através deste programa não é o mais adequado".

"Nós [os EUA] também poderíamos estar usando a tecnologia, como o fizeram na China, como fizeram na Itália, para divulgar informações, para divulgar o máximo de informação possível sobre onde as pessoas devem ir, não devem ir, como cuidar de si mesmas. O que estamos vendo agora é que as empresas estão fazendo coisas voluntariamente, mas deveriam ser obrigadas a fazer certas coisas", observou Garaffa.

O desenvolvedor da Internet sugeriu que os gigantes tecnológicos norte-americanos usem seus recursos para construir listas nacionais de pontos mais atingidos, por meio de suas infraestruturas físicas.

"A Amazon, por exemplo, deveria estar entregando alimentos para as pessoas que estão em quarentena. Eles têm uma rede de distribuição massiva, então por que isso não está sendo utilizada para entregar alimentos, para entregar medicamentos em algumas das áreas mais atingidas?", perguntou Garaffa.

De acordo com Gorky, a questão não é a falta de tecnologia ou inovação dos EUA.

"A questão é que este governo, republicanos e democratas, prefere colocar em risco dezenas de milhões de pessoas antes que elas tenham saúde universal [e lhes seja garantida] habitação, educação de qualidade, as necessidades básicas da vida que agora só existem se conseguirem dar lucro aos já obscenamente ricos. A crise da COVID-19 está realmente a pôr a nu a crueldade inerente que existe neste sistema", concluiu Gorky.

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