Acordar do gigante: buraco negro supermassivo na Via Láctea estaria tornando-se cada vez mais ativo

© Sputnik / Vladimir Smirnov / Acessar o banco de imagensVia Láctea no vale do rio Anga que deságua no lago Baikal, Rússia (imagem referencial)
Via Láctea no vale do rio Anga que deságua no lago Baikal, Rússia (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Cientistas que estão observando o buraco negro Sagitário A* há vários anos estão notando cada vez mais clarões no centro da galáxia.

Novas observações confirmaram que, desde 2014, a atividade do buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia tem aumentado. Os resultados estão descritos em um artigo aceito para publicação na revista Astronomy & Astrophysics, com uma pré-publicação do artigo disponível no arquivo de artigos científicos arXiv.org.

Sagitário A* é um buraco negro supermassivo, localizado a 26 mil anos-luz do Sistema Solar no centro da Via Láctea.

Em 2017, a astrofísica belga Emmanuelle Mossoux, da Universidade de Liège, e o astrônomo francês Nicolas Grosso, do Observatório Astronômico de Estrasburgo, publicaram um relatório sobre suas observações do buraco negro Sagitário A*, ao longo de 16 anos, com os telescópios espaciais XMM-Newton, Chandra e Swift.

Durante este período, eles registraram um total de 107 clarões, que vêm aumentando de intensidade desde 2014. O artigo refere que desde 31 de agosto de 2014 o número de clarões de raios X brilhantes triplicou, enquanto o número de clarões fracos, em contraste, diminuiu desde agosto de 2013.

Os cientistas prepararam um relatório para o período de 2016 a 2018, que mostra que o nosso centro galáctico está se tornando cada vez mais agitado. Durante este período, os astrônomos observaram 14 novos surtos, que junto com os dados anteriores dão um total de 121 surtos para o período de 1999 a 2018.

Dados mais recentes

Os autores também apresentam resultados da análise preliminar dos dados do ano de 2019, durante o qual o telescópio Swift registrou até quatro clarões brilhantes, um número sem precedentes em um período de tempo tão curto.

Os dados de 2019 obtidos pelos telescópios XMM-Newton e Chandra ainda estão em preparação para publicação. Uma vez publicados, os cientistas acreditam que será possível tirar conclusões preliminares sobre as causas do aumento da atividade de raios X.

A repetição da análise não confirmou a diminuição do número de surtos fracos, que permaneceram bastante estáveis durante todo o período de observação. Mas houve muito mais clarões fortes.

Embora o estudo diga respeito apenas à faixa de comprimento de onda dos raios X, os autores observam que, no ano passado, também na faixa de infravermelho próximo o buraco negro tinha 75 vezes mais brilho do que habitualmente. Os autores escrevem que isso "não tem precedentes em comparação com os dados históricos".

Os cientistas esperam que observações em outros comprimentos de onda ajudem a descobrir o que faz um buraco negro no centro da nossa galáxia exibir uma atividade incompreensível.

"A partir de 2014, a atividade do Sagitário A* tem aumentado em vários comprimentos de onda", concluem os astrônomos. "Observações adicionais permitirão confirmar esta atividade sem precedentes do buraco negro supermassivo e descobrir sua origem".

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