As transferências internacionais de armamentos entre 2015 e 2019 cresceram 5,5% em relação ao período de 2010-2014, informou o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês). Os maiores exportadores de armas do mundo foram EUA, Rússia, França, Alemanha e China.
Os dados mostram que os EUA e a França aumentaram suas exportações de armas de maneira significativa. A participação dos EUA no mercado mundial cresceu de 23 para 36%, o que consolida sua vantagem em relação ao segundo maior exportador mundial, a Rússia.
"Metade das exportações de armas dos EUA nos últimos cinco anos foram para o Oriente Médio e metade delas foi para a Arábia Saudita", disse o pesquisador sênior do SIPRI Pieter D. Wezeman.
A França, por sua vez, aumentou sua participação no mercado de armas mundial em 72% e agora domina 7,9% das exportações globais.
"A indústria de armas francesa se beneficiou da demanda de armas de Egito, Qatar e Índia", explicou o pesquisador Diego Lopes da Silva.
A China consolidou sua posição como quinta maior exportadora de armas do mundo, expandindo seu portfólio de clientes de 40 para 53 países no período entre 2015 e 2019.
Israel também teve um período lucrativo. Suas exportações de armas aumentaram em 77% e atingiram o maior nível de sua história.
Principais importadores
A importação de armas por países do Oriente Médio teve um aumento de 61% entre 2015 e 2019, quando comparada ao período anterior.
A Arábia Saudita é o principal importador de armas do mundo e responde por 12% das importações mundiais. Riad aumentou suas compras em 130% no período mais recente, quando comparado a 2010-2014.
Apesar das preocupações com a participação de Riad no conflito no Iêmen, não houve restrição ao fornecimento de armamentos ao país. Os principais fornecedores da Arábia Saudita são os EUA, que respondem por 73% das importações de Riad, e o Reino Unido, com 13%.
A Índia é o segundo maior importador de armas do mundo, apesar de seu vizinho e rival geopolítico Paquistão encontrar-se somente na 11ª posição.
"Assim como em anos anteriores, em 2019 a Índia e o Paquistão – ambos países com armas nucleares – atacaram-se mutuamente utilizando uma gama de armamentos importados", explicou o pesquisador sênior do SIPRI Siemon T. Wezeman. "Muitos dos principais exportadores fornecem armas a esses países há décadas, frequentemente vendendo para ambos os lados."
Os dados apontam o Brasil como o maior importador da América do Sul, respondendo por 31% do total de armas importadas pela região. Apesar da liderança, as importações brasileiras de armamentos sofreram queda de 37% quando comparadas ao período 2010-2014.
Os principais fornecedores do Brasil no período foram o Reino Unido, EUA, França, Itália e Israel, revelam os dados do SIPRI.
O SIPRI é um centro de estudos estratégicos dedicado a pesquisa sobre conflitos, controle e comércio de armas. Fundado em 1966, na Suécia, o SIPRI é considerado um dos principais institutos de pesquisa do mundo.