Coronavírus: 90% dos casos podem passar despercebidos, diz estudo

© REUTERS / Heo RanFuncionários trabalhando em uma fábrica de máscaras em Icheon, Coreia do Sul, 6 de março de 2020
Funcionários trabalhando em uma fábrica de máscaras em Icheon, Coreia do Sul, 6 de março de 2020 - Sputnik Brasil
Nos siga no
Segundo investigadora australiana, apenas 10% dos casos podem apresentar sintomas, contribuindo assim para a possibilidade de uma transmissão silenciosa.

Esta posição é defendida pela Professora Raina MacIntyre, responsável pelo Instituto Kirby do Departamento de Biossegurança da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, em um artigo publicado no portal Global Biosecurity.

Transmissão pode ocorrer sem sintomas do vírus

A pesquisadora do Instituto Kirby estima que "cerca de 90% dos casos não sejam detectáveis por não apresentarem sintomas, a não ser que se façam análises".

Deste modo, "um episódio de transmissão não detectado em qualquer parte pode gerar uma nova cadeia epidémica de transmissão", tanto mais que o "coronavírus tem um quadro leve de sintomas que pode ser longo e durar 5-9 dias antes de exigir atenção médica e esse período é de risco para a comunidade", alerta a professora.

Em seu estudo, a pesquisadora opina serem "as crianças e os jovens os mais propensos a ter infecção assintomática ou leve e dessa forma poderem estar contribuindo para uma transmissão silenciosa".

No entanto, está demonstrado que as crianças têm menores probabilidades de sofrer complicações se forem infectadas com o coronavírus, porque os seus jovens pulmões ainda não sofreram demasiados danos causados pela poluição. 

"Já em países mais desenvolvidos e com populações envelhecidas, como EUA, Austrália, Japão e Itália, poderia haver, proporcionalmente um maior índice de mortalidade em comparação com a China", opina MacIntyre.

A especialista destaca o fato que "as fronteiras abertas na União Europeia poderem propiciar a transmissão contínua pela Europa" e teme que "países com sistemas de saúde mais pobres e baixa capacidade de diagnóstico possam ser suscetíveis a epidemias maiores".

O estudo conclui que pessoas que fumam e os bombeiros estão entre os que mais riscos correm se contraírem o novo coronavírus, devido à forte probabilidade de apresentarem problemas de saúde devido a doenças cardíacas e ou crónicas nos pulmões, casos em que as sequelas do vírus podem ser mais graves.

Contudo, não deixa de ser positivo o fato de o vírus ter uma taxa de mortalidade global de apenas 2%, que está muito abaixo às registada com outros vírus como a SARS (9,5%) e a MERS (34,5%).

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала