Como China reagiria à visita de porta-aviões dos EUA ao Vietnã?

© REUTERS / Z.A. Landers/Marinha dos EUAPorta-aviões USS Carl Vinson no mar do Sul da China
Porta-aviões USS Carl Vinson no mar do Sul da China - Sputnik Brasil
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A China não pretende conflitos com o Vietnã, nem prejudicar suas relações com os EUA. Contudo, a expansão da presença militar americana no mar do Sul da China estaria comprometendo a segurança nacional chinesa.

Quem o afirma em entrevista à Sputnik China foi Chen Xiangxiao, especialista do Instituto Chinês de Estudos do Mar do Sul da China, a propósito da visita de um porta-aviões norte-americano ao porto vietnamita de Danang.

O porta-aviões USS Theodore Roosevelt atracou hoje, dia 5, em Da Nang, Vietnã, para uma visita de alguns dias.

Esta visita, que é a segunda de um porta-aviões da Marinha dos EUA desde o fim da Guerra do Vietnã, depois de em 2018 o USS Carl Vinson também ter estado em Da Nang, causou incômodo às autoridades chinesas.

Segundo Carlyle Thayer, professor universitário australiano e especialista em assuntos chineses, citado pelo portal Stars and Stripes, a visita do Theodore Roosevelt não significa necessariamente uma mudança de posição do Vietnã, mas não deixa de dar a entender que "os EUA pretendem fortalecer sua posição no Pacífico Ocidental e no mar do Sul da China" e que a presença norte-americana convém ao Vietnã.

© REUTERS / Danny Kelley/Cortesia da Marinha dos EUADestróier USS Wayne E. Meyer, da classe Arleigh Burke, no mar do Sul da China (foto de arquivo)
Como China reagiria à visita de porta-aviões dos EUA ao Vietnã? - Sputnik Brasil
Destróier USS Wayne E. Meyer, da classe Arleigh Burke, no mar do Sul da China (foto de arquivo)

Ge Hongliang, diretor do Centro de Segurança Marítima China-ASEAN do Instituto de Nacionalidades de Guangxi, afirmou à Sputnik que dificilmente se poderá dizer que o Vietnã e os EUA confiam totalmente um no outro na esfera militar e política.

Mas, assinala o especialista, o Vietnã "quer aproveitar a presença e a influência dos EUA para manter o equilíbrio de poder que lhe convém na região" e que "a política estratégica do Vietnã para o Índico e Pacífico é semelhante, podemos mesmo dizer idêntica, às posições dos EUA e do Japão".

Para o especialista Cheng Xiangmiao, a visita do porta-aviões americano a Da Nang pode ser vista como um plano para combater a China. "O Vietnã está claramente tentando se aproveitar da diplomacia de força dos EUA para equilibrar a influência sempre crescente de Pequim no mar do Sul da China".

"A expansão da presença militar dos EUA é preocupante para a China, pois compromete seus interesses de segurança nacional", alertou Chen Xiangmiao, reiterando ser do interesse chinês manter boas relações de vizinhança com o Vietnã.

"Mas a contínua expansão da presença militar americana no mar do Sul da China desafia, sem dúvida, os interesses da China e ameaça a sua segurança nacional", pelo que haverá naturalmente uma resposta à altura da China, que forçosamente passará por fortalecer sua marinha.

Viktor Litovkin, analista militar russo e coronel na reserva, afirmou à Sputnik que não vê nervosismo da parte dos chineses, para quem esta visita é antes de mais uma provocação.

"A liderança da China responderá com calma, mas tirará as devidas conclusões. Está desenvolvendo sua marinha, incluindo sua frota de porta-aviões, fortalecendo as relações com a Rússia, realizando exercícios conjuntos com a frota russa do Pacífico e demonstrando seu poder naval no mar do Sul da China, no mar Amarelo, no mar da China Oriental e no oceano Pacífico", concluiu Litovkin.

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