Perseguição a jornalistas da Sputnik Turquia é 'muitíssimo grave', diz presidente da FENAJ

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No último sábado (29), nacionalistas turcos tentaram invadir a residência de três jornalistas da Sputnik Turquia. Ao ligarem para a polícia para denunciar o ocorrido, os jornalistas acabaram sendo detidos.

A editora-chefe do canal RT e da Sputnik, Margarita Simonyan, disse que os invasores eram formados por grupos de dez pessoas e entoavam gritos como "Turquia para os turcos", "pátria é indivisível" e chamaram os repórteres de "traidores" e "espiões russos".

O ataque aconteceu depois que um protesto foi realizado fora do consulado-geral da Rússia em Istambul, em meio ao agravamento da situação na Síria, especialmente na província de Idlib.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Maria José Braga, presidente da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), disse que a situação contra os funcionários da Sputnik Turquia é bastante preocupante.

"Primeiro você tem civis atacando os jornalistas, invadindo as suas residências e depois, ao buscarem apoio das forças de segurança para serem protegidos, esses jornalistas são detidos pela polícia turca. Então realmente é muitíssimo grave e todo mundo, não só os representantes dos jornalistas, mas todos os defendem as liberdades e os direitos humanos têm que estar atentos para situação da Turquia", defendeu.

Além da detenção dos jornalistas, no domingo (1º), agentes da polícia turca entraram no escritório da Sputnik Turquia exigindo falar com a diretoria do veículo. Após o incidente, a agência informou que o editor-chefe, Makhir Boztepe, foi detido.

"É mais do que intimidação nesse caso, já que os jornalistas chegaram a ser detidos, é uma violência bastante grave porque, além de funcionar como uma intimidação, é sim uma violação do direito de qualquer cidadão e do direito dos jornalistas de contar com as forças de segurança para serem protegidos e não para terem os seus direitos violados", disse Maria José Braga.

Segundo a presidente da FENAJ, a detenção dos jornalistas da Sputnik Turquia mostra que a democracia turca está fragilizada.

"A democracia na Turquia está abalada desde que o governo Erdogan começou uma série de medidas repressivas da oposição e repressivas contra jornalistas com prisões. Inclusive jornalistas sendo acusados de terrorismo, acusados de apoiarem grupos curdos e outras acusações infundadas para profissionais que cumprem o seu papel de informar a sociedade do que está acontecendo", completou.

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