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Celso de Mello cita 'crime de responsabilidade' ao comentar possíveis vídeos enviados por Bolsonaro

© Folhapress / Zanone FraissatJair Bolsonaro participa de cerimônia de lançamento da pedra fundamental de colégio militar em Campo de Marte, em São Paulo
Jair Bolsonaro participa de cerimônia de lançamento da pedra fundamental de colégio militar em Campo de Marte, em São Paulo - Sputnik Brasil
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O ministro do STF Celso de Mello disse nesta quarta-feira (26) que, "se confirmada", divulgação de vídeo pelo presidente Jair Bolsonaro convocando manifestação mostra que ele "não está à altura do cargo". 

Por meio de nota, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que a atitude de Bolsonaro "revela a face sombria de um presidente", ressaltando que desrespeitar a Constituição significa "incidir em crime de responsabilidade".

"Essa gravíssima conclamação, se realmente confirmada, revela a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático", disse Celso de Mello. 

Presidente 'não pode tudo'

Ele afirmou ainda que o presidente da República, "qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo". 

"O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da constituição e das leis da República!", disse o juiz do STF. 

Segundo informação de vários veículos de imprensa, Bolsonaro compartilhou mais de um vídeo pelo WhatsApp convocando apoiadores para um ato marcado para 15 de março pelo Brasil em protesto a instituições como o Congresso e o Supremo. 

O protesto estava marcado desde janeiro, mas após a divulgação de fala do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, acusando os parlamentares de fazerem "chantagem", a manifestação ganhou um caráter mais radical. 

O vídeo compartilhado não faz menção ao Congresso e ao STF, mas chama a população para as ruas no dia 15. 

'Esquerda sanguinária'

Com o Hino Nacional ao fundo, um dos vídeos conclama os apoiadores do presidente. 

“Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por fazer o melhor para nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil", afirma a peça. 

Bolsonaro responde

Após a grande repercussão sobre o vídeo, Bolsonaro usou as redes sociais para comentar o ocorrido, sem negar ter compartilhado as mensagens. 

"Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, com notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", disse.

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