"Sim, recebemos essas propostas e já as discutimos em nossos contatos bilaterais, incluindo ao nível de estruturas empresariais", afirmou Tararov à Sputnik.
Angola demonstrou interesse e apresentou suas propostas através de um concurso internacional transparente.
"As empresas russas interessadas podem participar deles livremente", ressaltou o embaixador.
A empresa russa Uralchem, que fabrica uma grande diversidade de produtos químicos, construirá em Angola uma fábrica para produção de fertilizantes com base nos depósitos de fosfato angolanos. Segundo Tararov, o projeto custará aproximadamente US$ 1,2 bilhão (R$ 5,1 bilhões).
Substituindo dólares por ouro: Rússia aumenta mineração em 2019https://t.co/Wf7vfJdpMZ
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) December 2, 2019
Em outubro de 2019, a Uralchem e o Grupo Opaia angolano acordaram em construir até 2023 uma fábrica para produção de ureia e amônia.
A fábrica deverá ter uma capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas de ureia por ano. Angola deverá fornecer o gás para a sua produção. As partes estão considerando a possibilidade de exportar fertilizantes para os países vizinhos.
Produção industrial de diamantes
O grupo russo Alrosa está explorando a mina do Luaxe, entretanto a produção industrial ainda não foi iniciada, afirmou o embaixador russo.
"Pelo que eu sei, a produção industrial ainda não foi iniciada. No momento estão sendo realizados trabalhos de exploração", disse Tararov.
De acordo com o embaixador russo, a Alrosa assegura a extração dos diamantes juntamente com a empresa conjunta de extração Catoca.
"A Alrosa participa do novo projeto Luaxe através da empresa angolana Catoca, que detém uma participação de 50,5%. A Alrosa considera ainda adquirir 8% diretos neste projeto [...] A Alrosa é cofundadora e detém 41% da Catoca, enquanto que a Endiama, empresa nacional de Angola, tem uma participação semelhante".
De acordo com o CEO da Alrosa, Sergei Ivanov, os investimentos no projeto Luaxe para mineração do depósito de diamantes em Angola poderão atingir R$ 3 bilhões.
Centros de manutenção para equipamentos militares
Rússia e Angola estão trabalhando na criação de empresas conjuntas em território angolano para produzir materiais militares e reparar equipamentos militares de fabricação russa e soviética.
"No momento estão decorrendo estudos de viabilidade destes projetos e estão sendo avaliados os recursos e meios para a criação de centros regionais. A parte angolana vê isso como uma oportunidade para obter benefícios econômicos e políticos, e é um parceiro que está interessado em abrir esses centros de manutenção o quanto antes", ressalta o embaixador.
As conversações sobre as possibilidades de criação dos centros de manutenção se iniciaram em janeiro de 2020.
"Esperamos que o desenvolvimento destes projetos passe para o plano prático o mais breve possível", concluiu o embaixador.