Sonda da NASA descobre 'camadas' e 'fissuras' na atmosfera superior de Marte

© Foto / NASADesenho de um artista que mostra a sonda MAVEN perto de Marte
Desenho de um artista que mostra a sonda MAVEN perto de Marte - Sputnik Brasil
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A nave especial MAVEN da NASA descobriu "camadas" e "fissuras" na parte eletricamente carregada da ionosfera de Marte.

A inesperada descoberta de sonda MAVEN mostra que Marte é um laboratório único para explorar e compreender este fenômeno altamente disruptivo.

O fenômeno é muito comum na Terra e causa interrupções imprevisíveis na comunicação por rádio. No entanto, não o compreendemos totalmente porque se forma em altitudes que são "muito difíceis" de explorar na Terra.

"As camadas estão muito perto de nossas cabeças na Terra, e podem ser detectadas por qualquer pessoa com um rádio, mas ainda são bastante misteriosas", disse Glyn Collinson do Centro do Voo Espacial Goddard da NASA e autor principal do artigo científico publicado na revista Nature Astronomy.

Se você alguma vez perdeu o sinal de rádio da sua estação favorita ou a ouviu interferida por outra, uma causa provável deste fenômeno são as camadas de gás com carga elétrica, chamada "plasma", na região mais alta da atmosfera chamada "ionosfera".

Estas camadas, que se formam repentinamente e duram várias horas, funcionam como espelhos gigantes no céu, fazendo com que os sinais de rádio vindos de longe ricocheteiem no horizonte onde podem interferir com as transmissões locais, como duas pessoas que tentam falar entre si. As camadas podem também causar interferências com as comunicações de rádio por avião e barco, podendo cegar radares militares.

Na Terra, estas camadas se formam em uma altitude aproximada de 100 quilômetros, onde o ar é rarefeito demais para que um avião possa voar, mas muito espesso para que um satélite orbite. A única maneira de alcançar estas camadas é por meio de um foguete, no entanto, estas missões duram apenas pouco tempo antes de voltar a cair na Terra.

Em Marte, as sondas espaciais como MAVEN podem orbitar em altitudes mais baixas, podendo reproduzir estas características diretamente. A nave da NASA tem vários instrumentos científicos que medem plasma na atmosfera e o espaço ao redor de Marte. Medições recentes de um destes instrumentos detectaram picos súbitos inesperados na abundância de plasma enquanto passava pela ionosfera marciana.

A nave espacial não só descobriu que este tipo de camadas pode ocorrer em outros planetas além da Terra, mas também que os novos resultados revelam que Marte oferece condições que a Terra não pode oferecer, um lugar onde podemos explorar estas camadas com satélites de forma confiável.

As observações de MAVEN já estão revertendo muitas de nossas ideias existentes sobre os fenômenos. Foi descoberto que as camadas também têm um espelho oposto, uma "fissura" onde o plasma é menos abundante.

A existência destas "fissuras" na natureza era completamente desconhecida antes de seu descobrimento em Marte pela nave espacial MAVEN e anula os modelos científicos existentes que dizem que não podem se formar. Além disso, ao contrário da Terra, onde as camadas são imprevisíveis e de duração curta, as camadas marcianas são incrivelmente duradouras e persistentes.

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