O geocronologista Richard Roberts, que não esteve envolvido no último estudo, classificou os resultados como "fantásticos". Duas décadas atrás, Roberts usou uma técnica diferente para datar as pinturas, enquanto as novas informações são "precisas". "Até agora, temos tido dificuldade", relata a publicação Science.
Datar pinturas rupestres é um trabalho difícil por muitos motivos. Milhares de figuras – que representam em detalhe toucas, pendões, bumerangues e lanças – foram pintadas em abrigos de pedra com tintas minerais que não é possível datar.
Vinte anos atrás, para resolver o dilema, o pesquisador Roberts e seus colegas se voltaram para ninhos de vespas encontrados no local. O processo científico revelou que as pinturas seriam anteriores a formação dos ninhos.
No entanto, o processo só permitia datar grandes ninhos de vespas que não tivessem sido expostos ao sol. Para prosseguir com análises, Damien Dinch, doutor da Universidade de Melbourne, utilizou um novo método para estudar o material deixado pelos ninhos nas pinturas rupestres.
Desta forma, foi possível datar quando foram realizadas através do radiocarbono. Dinch publicou seus achados em 2019, identificando que a arte rupestre encontrada em 1891 teria mais de 12 mil anos.
O período coincide com o rápido aquecimento do fim da Era do Gelo, quando o aumento do nível do mar inundou o norte da Austrália. O resultante caos obrigou populações inteiras a se mover, e pode explicar por que os artistas rupestres buscaram retratar as dinâmicas e cerimônias do clã.