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Polônia não é líder dentro da OCDE, diz especialista sobre declaração de Araújo

© Foto / Arthur Max/Divulgação/ItamaratyReunião do Ministro Ernesto Araújo com Jacek Czaputowicz, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Polônia.
Reunião do Ministro Ernesto Araújo com Jacek Czaputowicz, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Polônia. - Sputnik Brasil
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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se reuniu nesta terça-feira (4) com o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Jacek Czaputowicz.

Em declaração conjunta, Ernesto Araújo e Jacek Czaputowicz afirmaram que foram debatidas possibilidades de cooperação nas áreas de defesa, ciência e tecnologia e educação.

Araújo também acrescentou que a Polônia é fundamental para o ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"A Polônia será decisiva para que o Brasil possa começar esse processo de adesão", disse Araújo, citado pelo jornal O Globo.

Segundo Maurício Santoro, professor do departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Polônia é um país relevante na Europa, mas não é decisiva para a entrada do Brasil na OCDE.

"Eu seria bem mais cauteloso em relação a uma afirmação como essa. A OCDE é um grupo muito grande de países, mas quem tem realmente a hegemonia dentro da organização é um grupo formado pelos EUA, Alemanha, França e Reino Unido. A Polônia é um país relevante dentro da Europa, mas ela não é uma líder da região, ou uma líder dentro da OCDE", disse à Sputnik Brasil.

O chanceler brasileiro também embarcou nesta quarta-feira (5) para os Estados Unidos para participar do lançamento oficial da Aliança pela Liberdade Religiosa. O movimento tem como objetivo combater a perseguição de cristãos no mundo e é liderado por Brasil, Estados Unidos, Hungria e Polônia.

Maurício Santoro disse que a aliança do Brasil esses três países faz parte de uma "guinada na direção de um nacionalismo religioso".

"Não são só governos voltados para uma questão econômica, para uma questão de fortalecimento do Estado, mas também com uma agenda religiosa muito forte, e que em geral são bandeiras em defesa do cristianismo contra opositores seculares, que acham que o Estado deveria ser laico e que o Estado não deveria ter uma participação de defesa de uma certa religião. Do ponto de vista internacional, muitas vezes, esses países atuam com uma agenda hostil ao Islã", afirmou.

As implicações práticas desse chamado "nacionalismo religioso", segundo Santoro, vão desde uma política mais restritiva aos refugiados na Europa a interferências na política externa para países do Oriente Médio.

"No caso da Europa, pode se manifestar como uma rejeição a migração a refugiados, e no caso dos EUA, muitas vezes, em uma implicação forte em termos da política externa para o Oriente Médio", explicou.

No entanto, para Maurício Santoro, a participação do Brasil em um grupo desses é "inusitada".

"O Brasil entra nessa coalizão de uma maneira um tanto inusitada, uma vez que não há no Brasil uma temática islâmica, uma temática de perseguição aos cristãos que seja relevante, ao contrário do que existe em outros países", completou.
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