Ruas estão vazias e filas dos mercados estão cheias, diz brasileiro que vive em Wuhan

© AP Photo / Kin CheungCrianças leem revista utilizando máscaras em estação de trem em Hong Kong.
Crianças leem revista utilizando máscaras em estação de trem em Hong Kong. - Sputnik Brasil
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A metrópole chinesa de Wuhan, considerada o local de origem do novo coronavírus, possui aproximadamente 11 milhões de habitantes e está isolada desde quarta-feira (22).

Transportes públicos, incluindo trens, metrô e balsa, estão temporariamente fechados por determinação do governo chinês. Os voos que partem da região também foram suspensos.

O surto provocou 18 mortes no país, 9 só em Wuhan, e mais de 600 casos foram detectados.

O estudante brasileiro de mandarim, Heros Martines, que mora em Wuhan, descreveu como está o clima na cidade.

"As ruas estão bem vazias agora, quarta-feira já tinha bem menos gente no metrô, daí quinta-feira a cidade entrou oficialmente em quarentena, não tem metrô, ônibus, trem e nem aeroporto. Porém hoje de manhã a cidade estava consideravelmente movimentada porque boa parte da população, eu incluso, foi ao mercado para estocar alimentos e água", disse em entrevista à Sputnik Brasil.

Apesar do movimento acima do esperado, Heros disse que a tendência é que as ruas fiquem cada vez mais vazias.

"A partir de hoje, sexta, meia-noite, não vai ter nem os táxis de aplicativo funcionando, a recomendação é ficar em casa e até mesmo os eventos de ano novo chinês foram cancelados. Imagino que o número de pessoas na rua só tende a diminuir", completou.

Heros Martines contou também que recebe diversas mensagens do governo com recomendações sobre o que fazer durante o surto.

"Os cidadãos receberam mensagens por texto com algumas recomendações como usar máscara ao sair e sempre lavar as mãos e usar álcool em gel. Felizmente a gente recebe muita informação o tempo todo, atualizações de dados, anúncios. A embaixada brasileira também entrou em contato", comentou.

Heros Martines contou que só teve ideia da dimensão do problema quando a cidade entrou em quarentena.

"Eu só percebi ontem [a seriedade da epidemia], dia da quarentena, eu acordei com mensagens em grupos no Wechat (equivalente chinês do WhatsApp) com vários vídeos de filas quilométricas nos supermercados, das pessoas comprando mantimentos. No começo ninguém sabia muito bem do que se tratava, quando começou-se a veicular notícias no começo desse mês, nossos professores chineses se referiam como 'pneumonia viral', não como corona ou qualquer outro nome", afirmou.

Segundo informações enviadas à Sputnik Brasil pela Embaixada do Brasil em Pequim, por meio de nota, a comunidade brasileira em Wuhan possui aproximadamente 70 pessoas e não há registro de nenhum brasileiro infectado com o coronavírus.

"A Embaixada também tem prestado, desde a emergência do vírus nCov-2019, e especialmente após a vigência das medidas de quarentena, assistência consular a casos individuais envolvendo cidadãos brasileiros nas regiões afetadas,  por meio dos canais de atendimento do nosso plantão consular.  Até o momento, não há relatos de infecção pelo novo coronavirus, nem de casos suspeitos, entre brasileiros", disse a embaixada.

A epidemia supostamente foi detectada pela primeira vez ainda em dezembro de 2019, em um mercado de frutos do mar em Wuhan.

Além da China, ao menos oito países tiveram casos de infecção por coronavírus: Estados Unidos, Japão, Tailândia, Taiwan, Coreia do Sul, Vietnã, Singapura e Arábia Saudita. Há ainda casos suspeitos em Hong Kong, nas Filipinas, na Austrália e no Reino Unido.

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