MRE da Estônia diz que país não sucumbirá à 'pressão' externa no caso da perseguição à Sputnik

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Chanceler estoniano declarou que o país vai resistir à pressão de outros países no caso da Sputnik, enquanto altos responsáveis russos e internacionais se expressaram contra os eventos, defendendo a liberdade da mídia.

O ministro estoniano das Relações Exteriores, Urmas Reinsalu, disse que o país não cederá à "pressão" de países estrangeiros em relação à agência de notícias Sputnik.

"As autoridades estonianas estão aplicando, de acordo com a ordem jurídica estoniana, a política de sanções da União Europeia que foi adotada, em particular, contra uma série de cidadãos russos que apoiaram a agressão contra a Ucrânia", escreveu ele em um post no Facebook.

A situação em torno da Sputnik

Kirill Vyshinsky, diretor executivo da agência, lançou o flash mob #SputnikSila (Sputnik é uma Força). Seus símbolos são um halter pintado na cor amarela da empresa com a inscrição em inglês "Got you covered!" (Confia em nós!) e um colete amarelo. À ação já aderiu a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, o membro da Comissão de Relações Exteriores da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento) Yevgeny Primakov, o publicista Armen Gasparyan e muitos outros.

Na semana passada, os jornalistas do Sputnik Estônia receberam cartas da Polícia estoniana e do Departamento de Polícia e Guarda de Fronteiras "com ameaças diretas de iniciar processos criminais contra eles", caso não cessem seu emprego na agência até 1º de janeiro de 2020. Tallinn justificou suas ações com as sanções que a UE impôs em março de 2014 a uma série de pessoas físicas e jurídicas em meio aos acontecimentos na Ucrânia.

A agência de notícias Rossiya Segodnya considerou as ações das autoridades estonianas como arbitrariedade flagrante e declarou sua intenção de se dirigir à ONU, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), Conselho da Europa, UNESCO e TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos Humanos).

Margarita Simonyan, editora-chefe da agência e da emissora RT, apelou ao presidente estoniano Kersti Kaljulaid que não permita a detenção dos jornalistas. Dmitry Kiselev, diretor-geral da Rossiya Segodnya, chamou o caso de "precedente perigoso".

A Estônia é o único país báltico que dispõe de uma redação completa e de um escritório da agência de notícias e rádio Sputnik. A equipe é composta por 35 pessoas, 33 das quais são cidadãos estonianos, que exercem suas profissões tendo contratos de trabalho com a agência de notícias Rossiya Segodnya. Os pagamentos de impostos da agência ao orçamento da Estônia ascendem a cerca de 30 mil euros mensais.

Reação ao assédio de jornalistas

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que as autoridades russas farão todo o possível para apoiar a Sputnik no seu trabalho em outros países. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou as ações de Tallinn e prometeu tomar medidas recíprocas no futuro próximo. Também prometeu levar em conta as informações da mídia que patrocinadores britânicos estão relacionados aos eventos.

A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) do Brasil, Maria José Braga, também condenou a perseguição de jornalistas sublinhando que essa situação, em que os jornalistas são ameaçados pelo exercício profissional, é "inadmissível" e levanta a questão da liberdade de imprensa em geral.

"Neste caso o governo da Estônia está ameaçando [os jornalistas] pela relação com uma agência de notícias reconhecida, com atuação no mundo todo, e que não enfrenta problemas em praticamente todos os países onde atua, inclusive no Brasil", disse Maria José Braga.

Valery Fadeev, chefe do Conselho Presidencial Russo para o Desenvolvimento da Sociedade Civil e os Direitos Humanos, enviou apelos a Harlem Desir, representante do TEDH para a liberdade da mídia, e à comissária para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, pedindo-lhes que tomassem o caso sob seu controle pessoal.

Desir apelou a Tallinn para se abster de restrições desnecessárias que possam afetar o livre fluxo de informação. Por sua vez, Bruxelas prometeu analisar a situação, mas observou que a implementação das sanções da UE diz respeito apenas às autoridades nacionais competentes dos Estados membros.

O ex-premiê estoniano e ex-prefeito de Tallinn, Edgar Savisaar, se expressou contra a pressão sobre os funcionários da Sputnik. Ele sublinhou que "a mídia deve ser livre, mesmo que não gostemos dela".

Valentina Matvienko, presidente do Conselho da Federação, disse que a Rússia tomará medidas duras de resposta contra a Estônia se Tallinn continuar exercendo pressão sobre a agência. Segundo ela, "é inaceitável tolerar mais a opressão da nossa mídia, essas medidas vão ter efeito".

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