Quanto custa presença militar dos EUA na Coreia do Sul? Washington e Seul não chegam a acordo

© AP Photo / Lee Jin-manHomem vende bandeiras da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e de Donald Trump (foto de arquivo)
Homem vende bandeiras da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e de Donald Trump (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Após Trump acusar a Coreia do Sul de ser "rica" e "lucrar" com a presença de 28.500 militares dos EUA em seu território, Washington e Seul não chegaram a um acordo sobre o financiamento da manutenção das tropas. Acordo em vigor sobre o tema expira em 31 de dezembro.

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a Coreia do Sul de ser uma nação rica que lucra com a presença das tropas norte-americanas que permaneceram em seu território após o fim da Guerra da Coreia, travada entre 1950 e 1953.

Washington teria pedido a Seul uma contribuição de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) por ano para manter os contingentes, o que representaria um aumento de mais de cinco vezes no custo atual.

No entanto, o negociador principal dos EUA, James DeHart, teria dito que "[US$ 5 bilhões] não é o número no qual estamos focando as negociações", reportou a agência de notícias Yonhap.

"Temos coordenado e feito concessões. Mas a cifra final será bem diferente da nossa proposta inicial, e também bem diferente da proposta que estamos recebendo agora do lado coreano", acrescentou.

Analistas ouvidos pela Reuters acreditam que, caso um acordo não seja atingido, a presença das tropas norte-americanas na Coreia do Sul pode ficar em risco. A próxima rodada de negociações deve ser realizada em janeiro.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul enfatizou a necessidade de um "acordo justo, razoável e mutuamente aceitável" que fortaleça a aliança bilateral.

"Ambos os lados expandiram o conhecimento mútuo através de muito debate, apesar das diferenças nas posições em diversos assuntos, e decidiram continuar o diálogo próximo", declarou o ministério em comunicado.

A disputa tem sido uma rara demonstração pública da discórdia entre EUA e Coreia do Sul em 70 anos de aliança bilateral. Coreia do Sul e Coreia do Norte seguem, tecnicamente, em estado de guerra, uma vez que o conflito terminou com um cessar-fogo, e não com um tratado de paz.

© AP Photo / Susan WalshSoldados dos EUA na Coreia do Sul aguardam a chegada do presidente dos EUA, Donald Trump, em junho de 2019
Quanto custa presença militar dos EUA na Coreia do Sul? Washington e Seul não chegam a acordo - Sputnik Brasil
Soldados dos EUA na Coreia do Sul aguardam a chegada do presidente dos EUA, Donald Trump, em junho de 2019

Após a demanda de Washington por mais recursos, diversos protestos eclodiram no país asiático. Uma pesquisa realizada pela Chicago Council of Global Affairs aponta que somente 4% dos sul-coreanos acreditam que Seul deve atender às demandas de Trump.

Em contrapartida, 74% dos entrevistados apoiam a manutenção das tropas dos EUA em território sul-coreano no longo prazo.

Caso um acordo não seja alcançado, as consequências de curto prazo serão arcadas pelos funcionários sul-coreanos das instalações militares norte-americanas, que poderão ser colocados em dispensa não remunerada.

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