Relações perigosas? Divisão na OTAN em função da Rússia deve continuar, diz analista

© Sputnik / Sergei MelkonovMilitares do Canadá em veículo armado LAV III, durante parada militar em Riga, capital da Letônia, em novembro de 2019
Militares do Canadá em veículo armado LAV III, durante parada militar em Riga, capital da Letônia, em novembro de 2019 - Sputnik Brasil
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A questão russa deve gerar cisões cada vez mais profundas entre os membros da OTAN. Países como França e Itália ressentem o tom agressivo que países do leste europeu empregam para tratar da potência euroasiática, diz analista.

As diferenças de interesses entre os membros da OTAN vêm à tona quando o assunto é a Rússia, acredita o cientista político e professor de estudos internacionais da Universidade de Trento, na Itália, Vincenzo Della Sala.

"A OTAN ainda não definiu a sua posição em relação à Rússia […] Os países da Europa central e do leste, que entraram na aliança há pouco tempo, estão convencidos que a aliança deve, em primeiro lugar, tratar da ameaça russa", explicou Della Sala.

De acordo com o especialista, para os países do leste é muito importante garantir que o princípio de defesa mútua é assegurado. O princípio estabelece que a aliança defenda qualquer país membro que eventualmente seja atacado.

© AFP 2023 / RAIGO PAJULASoldado estoniano participa dos exercícios militares anuais em conjunto com as tropas da OTAN, Estônia (foto de arquivo)
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Soldado estoniano participa dos exercícios militares anuais em conjunto com as tropas da OTAN, Estônia (foto de arquivo)

Ao mesmo tempo, países como a França e a Itália preferem uma relação mais aberta entre a aliança e a Rússia para o desenvolvimento de cooperação em áreas como o combate ao terrorismo.

"Esses dois grupos da discussão dentro da OTAN se relacionam entre si com grande suspeição. Aqueles que estão abertos em relação à Rússia acreditam que certos países do leste europeu aumentam as tensões de maneira desnecessária ao empregar um tom agressivo", disse.

Por outro lado, os países da Europa central e do leste consideram que os países da Europa ocidental não prestam atenção suficiente à ameaça russa. Neste caso, o fiel da balança poderiam ser os EUA.

"A indefinição atual da posição dos EUA em relação à Rússia significa que essa tensão continuará a aumentar a desconfiança mútua dentro da aliança e com a Rússia", concluiu.

Mais cedo, o embaixador da Rússia em Londres, Andrei Kelin, declarou em entrevista ao canal britânico Channel 4 que a Rússia está pronta para rever os termos das relações com a aliança, apesar dos pontos divergentes.

© AP Photo / Mindaugas Kulbis Tanques da OTAN na Letônia, perto da fronteira com a Rússia
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Tanques da OTAN na Letônia, perto da fronteira com a Rússia

Apesar das discordâncias, a Rússia e a OTAN mantêm um conselho que se reúne periodicamente para discutir assuntos de interesse mútuo.

A reunião mais recente do Conselho Rússia-OTAN tratou do acordo de redução de mísseis de curto e longo alcance, o Tratado INF, em 5 de julho de 2019 em Bruxelas.

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