A chancelaria alemã disse que tomou a decisão, porque as autoridades russas teriam se recusado a cooperar com os investigadores do assassinato.
Zelimkhan Khangoshvili, um cidadão georgiano que era comandante de uma unidade chechena que combateu as tropas russas na Segunda Guerra da Chechênia, foi morto a tiro em Berlim no final de agosto deste ano.
O Ministério Público da Alemanha disse que tem evidências que sugerem que os "órgãos estatais da Rússia ou Chechênia" estavam por trás da morte de Khangoshvili.
O jornal Spiegel informou na terça-feira (3) que o procurador-geral alemão em Karlsruhe decidiu assumir o caso de investigadores de Berlim depois que peritos forenses compararam a identidade do suposto assassino com a mesma pessoa, Vadim Krasikov, que foi procurada sobre o assassinato de um empresário russo em Moscou 2013.
O Ministério das Relações Exteriores russo respondeu sobre classificação de dois diplomatas da embaixada da Rússia em Berlim como "persona non grata".
"Consideramos as declarações do lado alemão sobre a expulsão de dois funcionários da embaixada da Rússia em Berlim infundadas e hostis. Uma abordagem politizada das questões de investigação é inadmissível. Somos obrigados a aplicar um conjunto de medidas de retaliação."
"Esse tema [sobre envolvimento russo] está sendo exaltado por veículos de comunicação alemães, mas não quer dizer que aconteceu isso mesmo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Entenda o caso
Em meados deste ano, uma pessoa não identificada alvejou e matou um cidadão georgiano de 40 anos em Moabit, bairro de Berlim. Poucos dias depois, a polícia deteve um russo de 49 anos, que alegadamente detinha a arma do crime.
Em 30 de agosto, Spiegel publicou uma matéria sobre o fato de que o suspeito poderia ser um agente dos serviços especiais russos, baseando-se apenas no fato de que o nome do suspeito apresentado nos documentos para obtenção de visto, de acordo com sua versão, está ausente nas bases de dados russas, e o número de seu passaporte é indicado no Ministério do Interior, que "já emitiu documentos para os oficiais de inteligência militar russa".
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse que as autoridades "levaram em consideração os relatos da imprensa".
O Kremlin qualificou as alegações de infundadas.