Especialista comenta imposição de sanções da China contra EUA

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Depois que os EUA promulgaram duas leis apoiando as manifestações em Hong Kong, o orientalista Yuri Tavrovsky analisa a imposição de sanções retaliatórias por parte da China.

As sanções da China contra os EUA por causa das leis adotadas relativamente a Hong Kong são justificadas, mas podem afetar as negociações comerciais entre Pequim e Washington, bem como a situação na própria região administrativa especial da China, disse o chefe do centro Sonho Russo e Sonho Chinês do Clube de Izborsk, o orientalista Yuri Tavrovsky.

"Considero, em primeiro lugar, que estas medidas são justificadas, porque o atrevimento americano deve ser de alguma forma contido. Pelo menos para lhes fazer entender que o grosseirismo é um jogo que é jogado por duas partes, e que é possível receber uma resposta", disse Yuri Tavrovsky.

Segundo ele, as sanções da China podem afetar as negociações comerciais entre os dois países.

"Acredito que isto pode ter um impacto nas negociações comerciais. Isto atrasará a assinatura do documento provisório, que se espera até o final do ano, mas, em todo o caso, esse documento não eliminará nem as contradições comerciais nem as contradições civilizacionais entre a China e os Estados Unidos", explicou o especialista.

"Portanto, há um aumento gradual da tensão nas relações sino-americanas, e a iniciativa parte dos Estados Unidos", adicionou ele.

Pano de fundo do conflito em Hong Kong

A China e os Estados Unidos estão em estado de "guerra comercial" há 16 meses. A disputa comercial entre as principais economias mundiais teve um forte impacto no crescimento econômico global. Analistas acreditam que a resolução da disputa levará a um aumento da demanda por ativos de risco, reduzindo preocupações sobre as perspectivas econômicas e diminuindo a necessidade de flexibilização agressiva da política monetária.

Como notou Yuri Tavrovsky, a resposta de Pequim "pode certamente complicar" a situação em Hong Kong. O especialista explicou que, após a adoção pelos EUA de leis relativas a essa região administrativa especial da China, os manifestantes em Hong Kong podem sentir o apoio de Washington e começar a inflamar tensões, já que os resultados das eleições para os órgãos de poder local permitiram esperar uma acalmia da situação.

"O mais importante é que o estatuto de Hong Kong como centro financeiro já está ameaçado", conclui o especialista.

Anteriormente, em Hong Kong foram realizadas eleições diretas para os conselhos de 18 distritos urbanos, tendo os candidatos concorrido a 452 lugares. Os conselhos tratam de questões de importância local, tais como transportes e serviços públicos. Com 98% dos votos contados, os apoiantes da oposição democrática obtêm uma maioria absoluta de 344 lugares, o bloco pró-governamental obtém apenas 58 lugares, enquanto os candidatos independentes obtêm 41 lugares. A chefe da administração de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que as autoridades respeitam os resultados das eleições.

Os protestos em massa provocados pela consideração do projeto de lei da extradição têm sido realizados em Hong Kong desde o início de junho, durante esse tempo a polícia deteve quase 4,5 mil pessoas, mais de 1,5 mil foram hospitalizadas por ferimentos causados nas ruas, e mais de 400 policiais ficaram feridos.

Iniciativas de Donald Trump

Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou duas leis relacionadas a Hong Kong, a Lei de Direitos Humanos e Democracia em Hong Kong bem como uma proibição do fornecimento de certos equipamentos policiais para a região administrativa especial. Os documentos atualizam a política americana de 1992 relativa a Hong Kong e preveem uma revisão anual das relações comerciais com Hong Kong, em função do grau de autonomia que tem no momento, bem como sanções contra indivíduos considerados por Washington responsáveis por violações dos direitos humanos na região administrativa.

Na segunda-feira (2), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunyin, declarou que a China está impondo sanções a uma série de organizações não governamentais norte-americanas, incluindo a Human Rights Watch, em resposta à lei sobre Hong Kong. Além disso, disse ela, Pequim suspende a consideração de pedidos dos EUA para navios de guerra e aviões americanos visitarem Hong Kong.

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