Presidente de Israel tenta evitar nova eleição e pede que Parlamento encontre premiê

© REUTERS / Heidi Levine / PoolPresidente israelense Reuven Rivlin (centro) ao lado de Benjamin Netanyahu (à esq.) e do opositor Benny Gantz (segundo à dir.)
Presidente israelense Reuven Rivlin (centro) ao lado de Benjamin Netanyahu (à esq.) e do opositor Benny Gantz (segundo à dir.) - Sputnik Brasil
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O presidente de Israel, Reuven Rivlin, encarregou o Parlamento nesta quinta-feira de encontrar um novo primeiro-ministro, enquanto ele tenta evitar novas eleições depois que Benjamin Netanyahu e seu rival Benny Gantz falharam em formar um governo.
"A partir de hoje e por 21 dias, a decisão de quem encarregar a formação do governo está nas mãos dos membros do Knesset [Parlamento]", afirmou Rivlin, um dia depois de Gantz admitir que não conseguiria construir uma coalizão governante.

O Parlamento terá agora até 11 de dezembro para encontrar um candidato que possa comandar o apoio da maioria dos 120 parlamentares do país ou uma nova eleição geral será convocada para o início de 2020. Seria a terceira nos últimos 12 meses.

Rivlin, que está pedindo um compromisso para romper o impasse político, se encontrou com o presidente do Knesset, Yuli Edelstein, nesta quinta-feira e formalmente entregou o mandato. Foi a primeira vez na história de Israel que o presidente foi forçado a pedir ao Parlamento que encontrasse um líder para o governo.

"A política disruptiva deve terminar", destacou Rivlin, dirigindo-se a deputados de todos os partidos. Ele lembrou que eles têm a responsabilidade de manter o país funcionando e prosseguiu: "Seu destino político não é mais importante que o destino de uma senhora idosa em um hospital".

Impasse sem fim

As pesquisas de opinião em setembro deixaram o partido Likud, de direita de Netanyahu, e a coalizão Azul e Branca de Gantz, quase lado a lado.

Primeiro, Netanyahu recebeu quatro semanas para construir uma coalizão de governo com partidos menores, mas fracassou, com Gantz admitindo a derrota na quarta-feira depois de um período semelhante.

"Ninguém quer outra eleição", comentou Edelstein. "Farei tudo para que nas próximas três semanas consigamos formar uma ampla coalizão e um governo forte que volte a trabalhar para os cidadãos de Israel".

Apesar de ter falhado em tentativas anteriores, Netanyahu e Gantz poderão ser nomeados nas próximas três semanas. Todos os lados dizem que se opõem a essas novas eleições, que são impopulares com o público israelense, mas culparam as negociações pelo impasse.

Netanyahu, que é o primeiro-ministro desde 2009, mas luta contra uma série de acusações de corrupção, permanece no poder em caráter provisório. O procurador-geral do país poderá anunciar uma decisão sobre os casos contraq Netanyahu nas próximas semanas.

© REUTERS / Sergei KarpukhinAvigdor Lieberman, ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de Israel (foto de arquivo)
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Avigdor Lieberman, ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de Israel (foto de arquivo)

O ex-general do exército Gantz e Netanyahu continuam sendo os candidatos mais prováveis a assumir a presidência, caso sejam evitadas novas eleições. Os dois estavam discutindo a formação de um governo de unidade ao lado do partido Yisrael Beitunu, do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman.

As conversas foram encerradas na terça-feira, com Gantz e Netanyahu discutindo sobre quem deve ser o primeiro a assumir o posto de premiê, caso acordassem em uma rotatividade entre os dois no posto. Ambos disseram que estão abertos ao diálogo contínuo nas próximas três semanas.

Ao falar com Gantz na manhã desta quinta-feira, Netanyahu pediu que ele viesse para "negociações pessoais imediatas, você e eu, sem pré-condições. "Podemos superar as diferenças. O Estado é importante para todos nós", pontuou.

Gantz disse na quarta-feira à noite que estará disponível nas próximas três semanas para "negociações diretas, substanciais e rápidas, a fim de estabelecer um governo que tirará Israel da paralisia".

Mas a mídia israelense informou que, na realidade, as negociações estão em um impasse e os partidos já estão preparando suas campanhas para novas eleições.

"Os 21 dias restantes para tentar poupar o país das eleições provavelmente serão preenchidos com um giro cujo objetivo será, para cada partido, manter sua base de apoio - ou esmagar [o outro partido]", revelou Shimon Shiffer, colunista do jornal Yediot Ahronot.

Judiciário nos holofotes

O jogador mais importante nas próximas semanas pode não ser um político, mas o principal funcionário da justiça. O procurador-geral Avichai Mandelblit deve decidir nas próximas semanas cobrar Netanyahu por uma série de acusações de corrupção.

Elas variam de receber presentes no valor de milhares de dólares a um acordo para mudar as estruturas regulatórias em favor de um grupo de mídia em troca de uma cobertura favorável. Em sua defesa, Netanyahu nega veementemente todas as acusações.

Uma acusação pode danificar permanentemente a carreira política de Netanyahu, enquanto uma indenização pode lhe dar um novo sopro de vida. A mídia israelense sugeriu nesta quinta-feira que Mandelblit poderia anunciar sua decisão nos próximos dias, mas não houve confirmação oficial.

"É provável que o cronograma político seja decidido com base nos desenvolvimentos legais", disse Yediot.

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