Jeanine Áñez diz que Morales não pode concorrer em novas eleições bolivianas

© REUTERS / Marco BelloAutoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, durante cerimônia de posse de novo comandante da polícia boliviana
Autoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, durante cerimônia de posse de novo comandante da polícia boliviana - Sputnik Brasil
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A autoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, disse nesta quinta-feira (14) que Evo Morales não poderá participar de nenhuma nova eleição no país. O agora ex-presidente está no México, onde buscou asilo político. 

A senadora, que era apenas a 5ª na linha sucessória, afirmou que iniciou diálogos com o partido de Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS), que tem maioria no Congresso. Ela prometeu antecipar as eleições, mas ressaltou que o líder exilado não poderá concorrer. 

"Evo Morales não pode disputar um quarto mandato. Esse foi o motivo pelo qual tivemos todos esses distúrbios", disse Áñez, que se autoproclamou presidente na terça-feira (12), segundo citada pela agência AFP. Ela disse que o MAS "tem direito a concorrer" e poderia "procurar candidatos". 

Senadora criticou governo mexicano por dar palanque a Morales

A senadora também criticou o governo mexicano por permitir que Morales fizesse pronunciamentos e reunisse apoiadores na Cidade do México. "Temos que informar ao governo mexicano que isso não pode acontecer", disse Áñez, segundo publicado pela agência AP. 

O governo do México, no entanto, rechaçou a declaração e defendeu os direitos políticos de Morales. "A liberdade de expressão de asilados não deve ser submetida a nenhuma limitação além do que seria aplicada a qualquer cidadão mexicano", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do país.

Desde que se autoproclamou presidente interina, Áñez vem buscando apoio internacional. O Brasil anunciou que reconhecia ela como líder legítima da Bolívia. Nesta quinta-feira, Moscou também afirmou que a reconhecia no cargo, embora tenha ressaltado que os acontecimentos que levaram a saída de Morales se assemelham a um golpe. 

O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, disse em Brasília, onde participou da cúpula dos BRICS, que a Bolívia estava "à beira do caos". Enquanto isso, internamente a situação no país segue polarizada e tensa. 

Apoiadores de Morales protestam pedindo seu retorno

Durante o dia, manifestantes se reuniram na cidade de Sacaba, capital da província de Chapare, no departamento de Cochabamba, para pedir o retorno de Morales ao território boliviano. Muitos portavam a bandeira boliviana ou indígena. A região produtora de coca é um reduto de apoiadores do líder indígena. 

As Forças Armadas impediram que eles chegassem a Cochabamba, onde vem ocorrendo confrontos entre defensores do ex-presidente e seus adversários. Em La Paz, postos de gasolina ficaram desabastecidos devido à bloqueios no cidade de El Alto, cidade que funciona como entreposto de distribuição de combustível e outro reduto de apoiadores de Morales.

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