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Brasil precisa combater corrupção em longo prazo para entrar na OCDE, diz especialista

© AP Photo / François MoriSede da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, França (foto de arquivo)
Sede da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, França (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O Grupo de Trabalho da OCDE sobre Suborno declarou, em sua missão no Brasil, que vê a luta contra corrupção ameaçada. A Sputnik Brasil conversou com o especialista Tanguy Baghdadi sobre como isso pode repercutir nas pretensões do Brasil de ingressar no grupo.

O Grupo de Trabalho sobre Suborno da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), ao final de uma missão no Brasil, declarou que o “Brasil deve cessar imediatamente as ameaças à independência e à capacidade das autoridades públicas para combater a corrupção".

Em entrevista à Sputnik Brasil, o professor de Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida, Tanguy Baghdadi, afirmou que a declaração da OCDE serve como um mecanismo de pressão sobre o país.

"Quando a gente pensa nessa vontade brasileira de entrar na OCDE, tem uma palavra que resume, que é 'credibilidade'. O Brasil espera, ao ingressar na OCDE, ser visto como um país com uma credibilidade maior, passar uma imagem que é um país melhor para investimentos, pra comércio, parcerias políticas. Mas tem um preço a se pagar, para entrar na OCDE, você já tem que ter credibilidade", observou Baghdadi.

De acordo com o especialista, este é o problema que o Brasil enfrenta hoje ao almejar a entrada no grupo.

"Se a OCDE não considera que o Brasil possui credibilidade com suas credenciais necessárias para entrar na organização, o Brasil acaba privado de se candidatar à uma possibilidade de entrada", disse.

"E a questão da corrupção é um elemento absolutamente central e indispensável para a credibilidade de qualquer país no mundo. Então uma declaração como essa é bastante preocupante para esse objetivo brasileiro de entrar na organização", acrescentou o professor de Relações Internacionais.

Ao comentar as medidas que o governo pode fazer para reverter esse quadro, o especialista observou que a avaliação sobre a corrupção em determinado país não diz tanto respeito a uma circunstância atual, mas a expectativa a longo e médio prazo de um plano consistente de combate à corrupção.

"Então o que o governo pode fazer é aprovar um pacote de medidas que ofereçam transparência, que garantam, portanto, que a corrupção está sendo combatida, mas tendo em vista que a OCDE vai olhar sempre mais para as perspectivas de longo prazo do que para a corrupção neste exato momento", destacou.

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