Cientistas estão próximos a revelar o mistério das erupções vulcânicas

© AP Photo / Moises CastilloErupção de vulcão de Fuego
Erupção de vulcão de Fuego  - Sputnik Brasil
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Uma equipe conjunta de cientistas da Rússia e Itália estudaram a montanha Monte Nuovo, que fica perto de Nápoles, para compreender o mecanismo das erupções vulcânicas.

Os resíduos de lava contêm informações que podem não só revelar as causas das erupções, mas também desvendar mistérios antigos e futuros do nosso planeta.

Na Itália, a pesquisa de vulcões avançou graças aos novos métodos físicos elaborados no laboratório do professor Sultan Dabagov, que funciona na Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear MEPhI (Rússia), e no Instituto Nacional de Física Nuclear (Itália). A pesquisa usou os progressos mais recentes da física, que permitem decifrar dados “inscritos” no que restou após a erupção.

"O nosso trabalho é a pesquisa detalhada da fase ativa na vida do planeta que se manifesta na forma de erupções vulcânicas. As erupções são fenômenos complexos, mas a tentativa de perceber as correlações entre as variáveis, que são muitas, é sempre mais um passo para a compreensão e previsão delas. Nós usamos fontes potentes de raios X, capazes de penetrar nas amostras sem as destruir", comenta o coordenador da pesquisa e professor do Instituto de Nanotecnologias em Eletrônica, Spintrônica e Fotônica da MEPhI, Sultan Dabagov.

Segundo diz o cientista, na primeira etapa da pesquisa as amostras vulcânicas foram estudadas com ótica policapilar, que usa raios X. Depois, para confirmar os resultados, as amostras foram estudadas com radiação sincrotrônica, que é mais forte.

© AP Photo / Serviço Geológico dos EUAErupção do vulcão Kilauea no Havaí
Cientistas estão próximos a revelar o mistério das erupções vulcânicas - Sputnik Brasil
Erupção do vulcão Kilauea no Havaí

O resultado disso foram radiografias e tomogramas das amostras, que permitiram recriar as particularidades internas de vários tipos de rochas, obtendo um modelo tridimensional de alta resolução.

Os cientistas acreditam que a análise dos modelos e a sua comparação com amostras de outras erupções permitirão compreender tanto as erupções que já tiveram lugar no passado, como as novas de vulcões ativos e passivos.

"Os dados obtidos graças à tomografia digital com uso de radiação sincrotrônica podem ser integrados no ambiente geral dos métodos de definição de parâmetros usados em geologia. Poderemos compreender melhor como a microporosidade e nanoporosidade das amostras pesquisadas influenciam sua capacidade de penetração para responder a muitas questões importantes sobre a formação e o desenvolvimento futuro do nosso planeta", diz Sultan Dabagov.

O principal objetivo dos cientistas russos e italianos é criar uma ferramenta capaz de realizar uma análise tomográfica detalhada em um laboratório que possua um tubo de raios X de pequena potência. É a ótica policapilar que garantirá essa possibilidade.

A nova ferramenta permitirá pesquisar as amostras vulcânicas em regime ininterrupto, porque tal dispositivo é menor e custa menos do que as fontes de radiação sincrotrônica – praticamente qualquer centro de estudos geológicos poderá obtê-lo.

Os especialistas acham que o uso de ótica policapilar com fontes e detetores de radiação de pequeno porte poderá ser a base de dispositivos compactos móveis para analisar as rochas sem necessidade de transportar amostras.

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