Quais são as fragilidades do poder militar americano? Especialista responde

© Foto / Facebook/ 5ª Frota dos EUAGrupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Abraham Lincoln e grupo de prontidão do navio de assalto anfíbio USS Kearsage dos EUA (imagem ilustrativa)
Grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Abraham Lincoln e grupo de prontidão do navio de assalto anfíbio USS Kearsage dos EUA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil
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Analisando o poderio militar dos EUA, especialista apontou suas fragilidades e as associou com o fim da URSS.

Com o fim da Guerra Fria e a desintegração da União Soviética, os Estados Unidos se destacaram como a única superpotência durante os anos 90.

No entanto, analisando em detalhe as relações entre a indústria de defesa do país e as capacidades das Forças Armadas dos EUA, o especialista militar russo Konstantin Sivkov apontou as fragilidades estratégicas do país citando o portal analítico americano Zero Hedge.

Somente um estaleiro

Como comentou Sivkov em um artigo na VPK News, atualmente a frota de 12 porta-aviões americanos encontra-se em grande desvantagem.

Segundo Sivkov, em caso de um conflito de grande escala com uma potência militar, os EUA teriam dificuldade de consertar e construir novos porta-aviões.

"Atualmente os EUA só possuem um estaleiro capaz de construir e consertar porta-aviões nucleares – em Newport, no estado da Virgínia [...] Uma vez que a construção [de porta-aviões] leva de quatro a cinco anos é visível que os EUA não poderão recuperar sua frota de porta-aviões em curto prazo", escreveu Sivkov.

Além disso, o especialista considera que em um conflito com uma superpotência os porta-aviões americanos sofreriam grandes perdas, para não dizer que poderiam ser afundados.

Tal incapacidade em reconstruir sua frota em pouco tempo seria desvantajosa para Washington, principalmente quando se trata de operações em diferentes teatros de guerra ao mesmo tempo.

Lucros acima da qualidade

Outro ponto a ser levado em consideração são os interesses das fabricantes de produtos de defesa dos EUA.

Segundo o Zero Hedge, como cita Sivkov, há tempo que o setor tem produzido armamentos com fins meramente lucrativos, enquanto apresenta pouco compromisso com a visão do Estado americano.

"Para a indústria de defesa dos EUA a prioridade não é o volume de produção militar, mas o lucro para seus investidores [...] O foco, que está no lucro, e não na quantidade e qualidade, trouxe diversos problemas ao próprio setor industrial", escreveu Sivkov.

Engenheiros sem experiência

Sivkov também afirma que a última geração de engenheiros da indústria de defesa dos EUA não possui experiência no desenvolvimento de tanques modernos.

A razão disto estaria no fato de o país não desenvolver veículos inovadores de porte pesado nas últimas décadas, sendo feitas basicamente modernizações ou versões mais novas de projetos antigos.

"Depois do tanque M1 Abrams, [feito] no início dos anos 70, nada de novo foi feito nos EUA, nem sequer foi projetado", afirmou Sivkov.
Fim da motivação?

Por último, o especialista tira a conclusão de que o fim da Guerra Fria tirou a motivação para se produzir armamentos inovadores a exemplo dos desenvolvidos nas décadas do conflito bipolar.

A razão disso seria a falta de unidade e de sentimento nacional contra uma ameaça coletiva, assim como era vista a União Soviética.

"Enquanto existia a URSS, que criava a ilusão de uma ameaça à existência do capitalismo, a ganância dos acionistas [do setor industrial de defesa] era contida e a indústria de defesa dos EUA se desenvolvia em grande ritmo", concluiu Sivkov.

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