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Guedes se diz 'apavorado' com ausência de multinacionais no leilão do pré-sal

© Folhapress / Pedro Ladeira/FolhapressO ministro da Economia, Paulo Guedes, fala durante seminário sobre a MP da Liberdade Econômica, no STJ, em Brasília, em 12 de agosto de 2019.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala durante seminário sobre a MP da Liberdade Econômica, no STJ, em Brasília, em 12 de agosto de 2019. - Sputnik Brasil
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ter ficado "apavorado" com a ausência de empresas estrangeiras no leilão do pré-sal, mas considerou o resultado do certame "excelente". 

Ele culpou o regime de partilha, modelo de licitação estabelecido durante o governo do PT, para o resultado abaixo do esperado do megaleilão da cessão onerosa do pré-sal, realizado nesta quarta-feira (6). 

"Estou apavorado é com o seguinte: os 17 gigantes mundiais não compareceram. Não vieram. A Petrobras levou sem ágio. Pagou zereta. Sumiu todo mundo da sala. Ficou só ela lá com o cartãozinho e disse: 'Eu levo'. O que isso quer dizer? Que nós sabemos nos apropriar dos nossos recursos ou que nós não entendemos até agora a principal mensagem? É o seguinte: 'Olha, vocês são muito complicados'",  disse o ministro nesta quinta-feira (7), durante evento no Tribunal de Contas da União, segundo publicado pelo jornal O Globo. 

O leilão de quarta-feira arrecadou para a União cerca de R$ 70 bilhões. O processo foi marcado por falta de concorrência. Das quatro áreas oferecidas, apenas duas foram arrematadas e outras duas não atraíram nenhuma proposta. Com lance mínimo, consórcio formado por Petrobras e as chinesas CNOOC e CNODC venceu leilão do Bloco de Búzios, a maior descoberta de petróleo do país. O consórcio pagará R$ 68,2 bilhões pelo direito de explorar petróleo na área.

'Foi o dobro de todos os outros da história'

A Petrobras foi a única a ofertar para a segunda área, Itapu, também com o percentual mínimo de petróleo estabelecido no edital (18,15%). A estatal brasileira vai pagar R$ 1,766 bilhão em bônus de assinatura.

Nesta quinta-feira, em novo concurso, das cinco áreas ofertadas, apenas uma foi arrematada, a de Aram, na Bacia de Santos. Quem levou foi a Petrobras, em parceria com a chinesa CNODC.

Apesar das críticas, Guedes considerou o resultado "excelente". 

"Foi o dobro de todos os outros da história. Nossa maior empresa tem um futuro brilhante. Quando anunciaram, o mercado começou a cair e no final começou a subir. Ela [Petrobras] está focada. Ela não está brincando de vender chiclete e picolé em posto de distribuição. Ela está focada em tirar petróleo do mar. Está com a maior fronteira do mundo na mão para ela explorar", afirmou ele. 

Guedes disse ainda que, ao final de um processo difícil, os lotes do leilão acabaram sendo vendidos para o próprio governo, e aproveitou para atacar o regime de partilha. 

'O regime de partilha é ruim'

"O regime de partilha é ruim […] Tem muitas camadas, tem que furar muita camada de negociação antes de chegar no petróleo. Tivemos uma dificuldade enorme para, no final, vender de nós para nós mesmos", afirmou Guedes. 

Por meio do sistema de partilha, a União é dona do óleo extraído e a empresa financia as atividades de exploração. Em troca, a empresa recebe uma quantidade de óleo para recuperação dos custos e uma parcela do excedente econômico (parcela de óleo que excede os custos de exploração).

O governo sinalizou que pretende flexibilizar o modelo de exploração para o pré-sal. A ideia é que algumas áreas possam ser licitadas pelo regime de concessão. O governo também pensa em extinguir o direito de preferência da Petrobras na área do pré-sal.

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