Após insucesso da UE, Rússia deve tomar iniciativa sobre questão de Kosovo, segundo especialista

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Moradores de Pristina levantam a bandeira de Kosovo - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik, o especialista em Política Internacional Dushan Prorokovich falou sobre o fracasso do Ocidente em tentar solucionar a questão da independência de Kosovo sem a Rússia.

Desde o complicado fim da Iugoslávia, a separação de Kosovo em relação à Sérvia foi não só tema de discussão em mesas internacionais, mas também causou um conflito violento nos anos 90 que ainda não foi de todo resolvido.

Em 17 de fevereiro de 2008, esta pequena região nos Bálcãs se autoproclamou como país independente da Sérvia. No entanto, a sua pouco reconhecida independência não resolveu os problemas históricos com Belgrado.

Com o intuito de resolver as divergências, França e Alemanha, com o apoio dos Estados Unidos, tentaram intermediar as relações entre albaneses kosovares e sérvios. Foi prometido à Sérvia que o país seria integrado rapidamente à União Europeia caso reconhecesse a independência de Kosovo.

Comentando o fracasso do plano europeu, Dushan Prorokovich, acadêmico do Instituto de Política Internacional e Economia da Sérvia, disse à Sputnik as razões do impasse.

"O plano de 2008, desenvolvido pela UE e os EUA, falhou. De acordo com o plano, a Sérvia deveria reconhecer a soberania de Kosovo e, em troca, receberia uma rápida integração à UE. Devido à crise interna da UE e problemas regionais, a rápida entrada da Sérvia na organização não aconteceu", disse Prorokovich.

Além disso, os problemas do bloco europeu deixaram a Sérvia sem uma compensação da UE por reconhecer a independência de Kosovo.

Esta seria a razão principal da perda de iniciativa de Bruxelas na questão sobre Kosovo.

Papel da Rússia

Em contrapartida, Prorokovich acredita que a Rússia se encaixa bem no papel de força intermediária entre Belgrado e Pristina (capital de Kosovo).

"Acredito que Moscou deva iniciar novas negociações. A questão kosovar é regulamentada pela Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU de 1999. Todos os problemas que existem hoje estão ligados à violação desta resolução, e o diálogo sob a égide da UE em muito se desviou dela", afirmou o especialista.

Desta forma, ao se afastar da resolução da ONU, as negociações da UE dificultaram o caminho para a solução da questão de Kosovo. Além disso, Prorokovich ressalta que o debate só deve ter prosseguimento na mesa do CS da ONU.

"Enquanto houver a resolução, o único lugar que se pode falar de Kosovo é o Conselho de Segurança da ONU. É necessário lembrar que nenhum problema regional foi resolvido nos Bálcãs sem a Rússia durante os últimos 200 anos. Sempre que tentaram excluir a Rússia, ficamos sem solução e as relações regionais se complicaram", acrescentou Prorokovich.

Desta forma, a Rússia seria um agente crucial para o sucesso das negociações.

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