Tensão: China 'não deve se meter' nos assuntos internos sobre a Caxemira, diz Índia

© REUTERS / Adnan AbidiBandeiras da Índia e da China (foto de arquivo)
Bandeiras da Índia e da China (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Índia, Raveesh Kumar, respondeu nesta quinta-feira ao protesto de Pequim sobre Nova Déli que dividiu formalmente o território de Jammu e Caxemira em dois estados, dizendo que a China deveria respeitar a decisão, pois era assunto interno do país.

No início do dia, a Índia formalmente dividiu o estado de Jammu e Caxemira em dois territórios separados - o território da união de Jammu e Caxemira e o território da união de Ladakh, parte da qual é reivindicada pela China. Em resposta, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse que a medida era "ilegal" e Pequim se opôs firmemente.

"A China está bem ciente da posição consistente e clara da Índia sobre esse assunto. A questão da reorganização do antigo estado de Jammu e Caxemira nos Territórios da União de Jammu e Caxemira e Ladakh é um assunto inteiramente interno da Índia. Não esperamos que outros países, incluindo a China, para comentar sobre os assuntos internos da Índia", afirmou Kumar.

O porta-voz também disse que a China continuou a ocupar ilegalmente grande parte do território da Índia, em referência à disputada área fronteiriça de Aksai Chin na região autônoma da China, em Xinjiang.

"A China continua ocupando uma grande área nos territórios da União de Jammu e Caxemira e Ladakh", acusou Kumar.

© AFP 2023 / BIJU BOROSoldados indianos realizando partrulhamento na fronteira entre China e Índia (foto de arquivo)
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Soldados indianos realizando partrulhamento na fronteira entre China e Índia (foto de arquivo)

Ele acrescentou que a Nova Déli também transmitiu a Pequim, em várias ocasiões, suas preocupações com o Corredor Econômico China-Paquistão, a iniciativa de US$ 60 bilhões do projeto Um Cinturão, Uma Rota da China, que visa a construção de projetos de infraestrutura em todos os territórios do Paquistão reivindicados pela Índia.

Kumar concluiu que a Índia e a China precisavam dialogar para encontrar uma solução mutuamente aceita para a disputa territorial.

"No que diz respeito à questão das fronteiras, Índia e China concordaram em buscar uma solução justa, razoável e mutuamente aceita para o problema por meio de consultas pacíficas com base nos parâmetros políticos e princípios orientadores", comentou Kumar.

O Parlamento indiano adotou a decisão sobre a divisão da região contestada em agosto, enquanto o governo revogou o status especial concedido ao estado. O movimento azedou as relações entre Índia e Paquistão, que também reivindicam o território, com Islamabad expulsando o embaixador indiano e interrompendo o comércio bilateral com Nova Déli.

Em setembro, China e Paquistão emitiram uma declaração conjunta no território disputado em que Pequim reafirmou seu apoio a Islamabad na questão da Caxemira e disse que se opunha a qualquer ação unilateral que pudesse complicar o status quo regional.

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