Asteroide Hígia pode ser promovido a menor planeta-anão do Sistema Solar (FOTO)

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Graças a imagens do telescópio VLT (Very Large Telescope), astrônomos do Observatório Europeu do Sul, no Chile, descobriram que o asteroide Hígia poderia ser catalogado como um planeta-anão.

O corpo celeste, que tem uma forma quase esférica e possui outras características dos planetas anões, localiza-se no cinturão de asteroides e é o quarto em tamanho depois de Ceres, Vesta e Pallas. A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (28) na revista Nature Astronomy.

Até agora, o asteroide cumpriu três requisitos básicos para poder ascender em categoria: orbita o Sol e a sua órbita é acompanhada por outros objetos com trajetória semelhante.

Um último requisito era ter massa suficiente para que sua própria gravidade desse ao objeto uma forma esférica, algo que foi observado nas imagens. Portanto, Higía agora tem todas as probabilidades de ser reclassificado como um planeta-anão.

© Foto / ESO/P. Vernazza et al., L. Jorda et al./MISTRAL algorithm (ONERA/CNRS)Imagem do asteroide Hígia tirada com a ajuda do telescópio VLT (Very Large Telescope)
Asteroide Hígia pode ser promovido a menor planeta-anão do Sistema Solar (FOTO) - Sputnik Brasil
Imagem do asteroide Hígia tirada com a ajuda do telescópio VLT (Very Large Telescope)

Com pouco mais de 430 quilômetros de diâmetro (aproximadamente a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro), Hígia se tornaria o menor planeta-anão do Sistema Solar, arrancando o título de Ceres, cujo diâmetro é de cerca de 950 quilômetros.

Crateras na superfície

O que realmente surpreendeu os astrônomos foi a ausência de uma cratera de alto impacto, uma marca que a formação de uma grande família de asteroides geralmente deixa. Em 95% da superfície estudada são visíveis apenas duas crateras, mas muito pequenas para terem surgido por causa dos asteroides da família de Hígia.

"Este resultado foi uma verdadeira surpresa, já que esperávamos a presença de uma grande bacia de impacto", disse o líder do estudo, Pierre Vernazza, do Laboratório de Astrofísica de Marselha (França).

Após os estudos das imagens, os pesquisadores deduziram que tanto a forma esférica de Hígia, como toda a família de asteroides, é provavelmente  resultado de uma grande colisão frontal com um objeto de 75 a 150 quilômetros de diâmetro que ocorreu há cerca de 2 bilhões de anos.

A violenta colisão entre dois grandes objetos no cinturão de asteroides estilhaçou o corpo inicial, tendo os restos se reagrupado ao longo do tempo, dando uma forma arredondada ao Hígia e a milhares de outras rochas espaciais, confirmam os astrônomos.

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