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Qual é o futuro das relações entre Brasil e Argentina após vitória de Fernández?

© REUTERS / Agustin MarcarianAlberto Fernández, presidente eleito da Argentina
Alberto Fernández, presidente eleito da Argentina - Sputnik Brasil
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O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, foi alvo de críticas do presidente brasileiro durante toda a sua campanha. A Sputnik Brasil conversou com o especialista Paulo Velasco sobre as perspectivas da relação entre Brasil e Argentina após a vitória de Fernández.

Após o resultando das eleições argentinas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou que não pretende parabenizar o novo presidente eleito, Alberto Fernández, além de dizer que o país vizinho "escolheu mal" nas eleições.

Ao comentar o futuro das relações entre Brasil e Argentina após a eleição de Fernández, o diretor do curso de Relações Internacionais da UERJ e pesquisador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) disse à Sputnik Brasil que o "cenário não é positivo para as relações bilaterais".

"Vimos ao longo de toda a campanha o Bolsonaro claramente se declarando em favor do Macri, que é algo que foge à tradição da política externa brasileira. O Brasil sempre se pautou pelo princípio de não ingerência em assuntos domésticos, nos processos eleitorais de países mundo afora, e o nosso presidente abandonou toda essa tradição", declarou o pesquisador.

Velasco observou também que o presidente eleito da Argentina teria respondido às duras críticas que Bolsonaro tem feito a Fernández com um aceno de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo manifestações públicas de "Lula livre" após a vitória.

"Isso é muito ruim para as relações bilaterais, num cenário em que Brasil e Argentina precisam muito caminhar de mãos dadas. Os desafios são muito significativos para os dois países. A economia argentina efetivamente está em frangalhos e a economia brasileira ainda não conseguiu se recuperar efetivamente", destacou Paulo Velasco. 

"E essa aliança estratégica, termo muito utilizado no meio diplomático para caracterizar a relação entre Brasil e Argentina já há mais de 20 anos, deve estar acima de paixões político-ideológicas que poderiam afastar os dois líderes", completou.

Derrocada de Macri

O professor de Relações Internacionais Paulo Velasco também comentou o resultado das eleições argentinas, afirmando que as urnas demonstraram uma vontade de mudança e insatisfação com o governo de Macri.

"O que as urnas confirmam é uma vontade de mudança na gestão política e econômica, então o Macri não tinha muita chance de reverter, embora a diferença de votos tenha sido menor do que se poderia imaginar", argumentou.

De acordo com ele, "muita pouca coisa deu certo na gestão de Mauricio Macri", tendo em vista uma piora em quase todos os indicadores macroeconômicos da Argentina durante seu governo.

"Com o agravante muito sensível de ter tido uma piora brutal nos indicadores sociais. O desemprego cresceu muito, a pobreza disparou na Argentina. Ou seja, praticamente nada deu certo", completou.

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