Assassinato de líder do Daesh pode alimentar outro ciclo de violência, alerta especialista

© REUTERS / Abdullah RashidMesquita de Al-Nouri, onde o líder do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países), Abu Bakr al-Baghdadi, declarou seu califado em 2014, na antiga cidade de Mossul
Mesquita de Al-Nouri, onde o líder do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países), Abu Bakr al-Baghdadi, declarou seu califado em 2014, na antiga cidade de Mossul - Sputnik Brasil
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O assassinato do líder terrorista Abu Bakr al-Baghdadi por tropas dos EUA pode dar um "novo impulso" ao Estado Islâmico e a outros terroristas da região, alertam especialistas.

O presidente americano Donald Trump anunciou no domingo (27) a morte do líder do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em vários países, também conhecido como Estado Islâmico) em resultado de um ataque na província síria de Idlib. Abu Bakr al-Baghdadi detonou um colete suicida depois de ter sido encurralado em um túnel.

"A morte dele, como [Osama] bin Laden antes dele, foi significativa porque eliminou um líder muito carismático", disse o ex-funcionário do Pentágono Michael Maloof, complementando que isso acabaria dando ao grupo terrorista "um novo ímpeto para continuar".

O especialista em Oriente Médio Nicolas Davies sugere que o assassinato, assim como outras invasões, podem apenas incitar alguns indivíduos a mais violência.

"De fato, a pesquisa efetuada da Síria sobre civis no conflito descobriu que, por exemplo, a maioria das pessoas se junta a um desses grupos armados por autoproteção - para se proteger a si mesmas, suas famílias ou suas comunidades após suas vidas terem sido desestabilizadas por esses tipos de operações antiterrorismo ou invasões de forças estrangeiras", sugere Davies.

Morte do líder terrorista

Na opinião de Maloof, o grupo também poderia se unir à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) novamente, já que a divisão se deveu a um desentendimento pessoal entre Baghdadi e seu líder, Ayman al-Zawahiri.

De acordo com relatos, o sucessor de al-Baghdadi já teria tomado posse sobre o agora extinto "califado".

O novo chefe dos terroristas seria Abdullah Qardash, um ex-oficial militar iraquiano que serviu sob o comando de Saddam Hussein, comunicou a revista americana Newsweek, citando um oficial da inteligência regional. Em agosto, Qardash foi supostamente escolhido por al-Baghdadi para ser responsável pelos "assuntos muçulmanos" do grupo terrorista.

Maloof acredita que a notícia sobre o assassinato do líder do Daesh poderia ajudar Trump "temporariamente, como uma vitória da política externa", mas que alguns pensarão "que tudo isso foi forjado para afastar todo mundo da questão do impeachment".

© East News / Balkis PressLíder do grupo terrorista Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi. (Arquivo)
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Líder do grupo terrorista Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi. (Arquivo)

"Vocês sabem que estes são apenas exercícios de propaganda macabros e horríveis, quando chegam diante das câmeras e anunciam que mataram 'o maior terrorista do mundo'", opina Davies

Organização terrorista

A morte de Abu Bakr al-Baghdadi foi relatada várias vezes no passado, quando seu "califado" foi destruído pelos esforços conjuntos de forças iraquianas, sírias, russas e americanas com a ajuda de grupos curdos e de outras milícias.

Sob a sua liderança, o Daesh capturou vários territórios iraquianos e sírios, rompeu seus laços com a Al-Qaeda e emergiu como uma organização terrorista ainda mais violenta, responsável por bombardeios, tortura e genocídio de cristãos em 2014.

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