Eleições no Uruguai desafiam 15 anos de centro-esquerda no poder

© REUTERS / Andres Cuenca OlaondoOs dois principais candidatos à presidência do Uruguai, Daniel Martínez, da Frente Ampla (à esquerda) e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, (à direita) se cumprimentam durante um debate presidencial no Canal 4, em Montevidéu no dia 1º de outubro.
Os dois principais candidatos à presidência do Uruguai, Daniel Martínez, da Frente Ampla (à esquerda) e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, (à direita) se cumprimentam durante um debate presidencial no Canal 4, em Montevidéu no dia 1º de outubro. - Sputnik Brasil
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Neste domingo (27) cerca de 2,7 milhões são esperados nas urnas para decidir os rumos do Uruguai em uma eleição disputada que desafia a permanência da Frente Ampla no poder.

As eleições deste ano no país decidem por um novo presidente além de também apontar novos parlamentares. Na liderança das intenções de voto, dentre as 11 chapas que disputam a preferência dos uruguaios, quatro despontam.

As mais destacadas dentre estas são a Frente Ampla, de centro-esquerda, o Partido Nacional, de centro-direita, o Partido Colorado, de centro-direita, e o Prefeitura Aberta, de direita.

Este último é considerado uma surpresa e foi criado em 2019 para apoiar a candidatura do ex-comandante do Exército uruguaio, Guido Manini Ríos, que detém 10% das intenções de voto e figura em quarto nas pesquisas, logo atrás de Ernesto Talvi, do Partido Colorado, com 11%.

As pesquisas mostram que dentre essas forças políticas, deve haver um segundo turno para a Presidência entre Daniel Martínez, de Frente Ampla, que reúne 40% das preferências de voto, e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, que reúne 30% das intenções de voto.

O pleito desafia a permanência da Frente Ampla no poder, que desde 2005 segue à frente do Executivo no Uruguai, primeiro com Tabaré Vázquez (2005-2010), depois com Pepe Mujica (2010-2015), e novamente com Vásquez (2015-2020). Como pano de fundo, estão também os protestos de massa que tomaram o Chile e o Equador contra governos de direita.

Apesar de entre 2003 e 2018 o Uruguai ter experimentado um crescimento econômico de média de 4,1% ao ano, houve uma desaceleração na área econômica. Em 2018, o crescimento foi de 1,62%, enquanto o desemprego bateu o recorde da década e foi a 8,3%. Apesar disso, o país tem o maior PIB per capita da região.

Outro tema que dá o tom das eleições do país é o da segurança pública. O número de homicídios no Uruguai subiu 45,8% entre 2017 e 2018, assim como o número de roubos, que aumentou 53,8% no mesmo período.

Esse tema também será motivo de escrutínio publico neste domingo (27), uma vez que um referendo de reforma constitucional apresenta propostas como aumento de penas de prisão para crimes graves, incluindo a adoção da prisão perpétua em alguns casos. Além disso, a reforma propõe a criação de uma guarda policial militar.

A reforma é polêmica e foi motivo de protestos nas ruas do Uruguai na quarta-feira (23).

​O possível segundo turno das eleições no Uruguai deve ser disputado no dia 24 de novembro. O próximo presidente do Uruguai assumirá o cargo em 1 de março de 2020 e seu mandato será de cinco anos.

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