O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) anunciou na noite desta terça-feira, durante discurso no plenário da Câmara, ter desistido da indicação para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
O anúncio aconteceu durante a votação do projeto do acordo entre Brasil e Estados Unidos para o uso da base de lançamento de Alcântara, no Maranhão.
"Foi uma decisão que eu estava pensando há muito tempo. A gente escuta conselho de muita gente. Além disso, tem a questão do meu eleitorado. Confesso, não era a maioria que estava apoiando ali", disse Eduardo Bolsonaro aos jornalistas depois da votação na Câmara.
Ele acrescentou que a decisão foi pessoal e que foi tomada sem interferência do pai.
"Não, o presidente sempre me deixou bem à vontade com relação à isso. Eu confesso que quando saiu o meu nome, quando fui indicado, eu fiquei até surpreso, não esperava que isso acontecesse. Num primeiro momento eu fiquei feliz sim, óbvio. Quem não se sente prestigiado para assumir esse posto? Porém, no decorrer do processo, com amadurecimento, conversas, e etc., foi me fazendo pensar e culminou hoje aqui com essa decisão", acrescentou o filho do chefe de Estado.
Em seu discurso na Câmara, Eduardo Bolsonaro disse ter decidido permanecer no Brasil para "defender os princípios conservadores".
Fico no Brasil para fazer do tsunami das eleições de 2018 uma onda permanente, para percorrer o Brasil fazendo "mini CPACs" e afastando o perigo do socialismo. Agradeço apoiadores, JB, Trump, Senadores, MRE e os 1.843.735 eleitores.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 23, 2019
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Já o presidente Jair Bolsonaro, que está no Japão, disse que o filho terá uma "tremenda responsabilidade" como novo líder do PSL e acrescentou: "Parabéns a ele".
Na sexta-feira, Eduardo Bolsonaro voltou a ser confirmado na liderança do PSL, mas o parlamentar negou que isso tenha determinado sua decisão.
"A liderança em princípio vai até o final do ano. Não foi esse o fator determinante, não”, afirmou ele.
O filho presidente também disse não pretender se reeleger para a liderança na Câmara, a menos que receba uma "missão" específica do partido para isso.