Putin: quando outros países tiverem armas hipersônicas, Rússia terá algo ainda mais poderoso

© Sputnik / Aleksei DrujininPresidente russo Vladimir Putin em reunião da Comunidade de Estados Independentes nesta sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Presidente russo Vladimir Putin em reunião da Comunidade de Estados Independentes nesta sexta-feira, 11 de outubro de 2019  - Sputnik Brasil
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O presidente russo Vladimir Putin disse neste domingo (13) que, quando os principais exércitos do mundo tiverem armas hipersônicas, a Rússia terá algo mais avançado.

Putin salientou que a Rússia não pode deixar de se preocupar com a atual situação da estabilidade e segurança estratégicas internacionais.

"Estas são coisas óbvias. Em 2002, e Trump não teve nada a ver com isso, os EUA se retiraram do tratado de defesa antimísseis, que, quero enfatizar mais uma vez, era a pedra angular de todo o sistema de segurança estratégica do mundo, pois limitava as possibilidades de criar uma defesa antimísseis para ambos os países", disse o líder russo em entrevista ao canal televisivo Al Arabiya, ao canal de notícias Sky Nеws Arabia e ao canal RT Arabic.

"Também criamos outra arma, que mais ninguém no mundo ainda tem. São sistemas de mísseis que não voam segundo uma trajetória balística, mas, sim , uma trajetória plana, mas com velocidade hipersônica. Ainda ninguém tem armas hipersônicas. Mas é claro que vão aparecer nos principais exércitos do mundo. Mas nesse momento, nosso país também terá algo [novo]. Já sei no que nossos cientistas, designers e engenheiros estão trabalhando", informou Putin.

O presidente russo destacou que a saída dos EUA do tratado sobre a defesa antimísseis de alguma forma levou a uma corrida armamentista.

"Infelizmente, tudo isto, de uma maneira ou de outra, levou a uma certa corrida armamentista. Isso é já um fato consumado. Infelizmente, é assim", acrescentou.

O Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM) foi assinado em 1972 pela URSS e os EUA e interditava os sistemas antimísseis nos países signatários. Os Estados Unidos abandonaram este tratado em 2002.

Nivelar potencial nuclear

Além disso, o chefe de Estado russo afirmou que a tentativa de nivelar o potencial nuclear estratégico da Rússia por meio da implantação de sistemas de defesa antimísseis nas proximidades de suas fronteiras está condenada ao fracasso.

"Isto acontece muito perto das nossas fronteiras e, naturalmente, representa uma ameaça para nós, porque é uma tentativa de nivelar o nosso potencial nuclear estratégico. Esta tentativa está condenada ao fracasso, já é óbvio. Acho que, para os especialistas, também é óbvio. Acho que, para os especialistas, também já é óbvio", ressaltou Putin sobre a implantação de sistemas de defesa antimísseis em países da OTAN perto das fronteiras russas.

Relações EUA-Rússia

Durante a entrevista, Putin também comentou a necessidade de normalizar as relações entre a Rússia e os Estados Unidos.

"Nós sabemos, todos sabem o que o presidente dos Estados Unidos, Sr. Trump, diz sobre as relações EUA-Rússia. Sabemos que, durante a campanha eleitoral anterior, ele era a favor da normalização, mas infelizmente isso ainda não foi feito", continuou.

Fim do INF

O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) deixou de vigorar oficialmente no dia 2 de agosto de 2019.

No início deste ano, Washington informou Moscou de sua intenção de abandonar o acordo, acusando-a de ter violado os termos do tratado. A Rússia nega todas as acusações. Em junho, a Rússia suspendeu a sua participação no tratado, declarando repetidamente que sempre cumpriu totalmente os termos do INF.

© Sputnik / Yuri KuydinDestruição de mísseis de curto alcance no âmbito do Tratado INF com os EUA (foto de arquivo)
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Destruição de mísseis de curto alcance no âmbito do Tratado INF com os EUA (foto de arquivo)

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, lembra que os russos têm eles próprios fortes dúvidas em relação ao cumprimento do tratado pelos norte-americanos.

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