Roubaram democracia do Brasil com prisão de Lula, afirma Correa

© REUTERS / Mariana BazoEx-presidente do Equador, Rafael Correa
Ex-presidente do Equador, Rafael Correa - Sputnik Brasil
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O ex-presidente do Equador Rafael Correa disse em entrevista para a Sputnik Mundo que o pacote econômico de seu sucessor, Lenín Moreno, faz parte de plano neoliberal para a América Latina. 

As medidas de ajuste do atual mandatário, que integram um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), provocaram uma onda de protestos no Equador. A principal crítica é contra o aumento dos combustíveis. 

"Com certeza é parte de uma estratégia para que o neoliberalismo volte. Na década de 90, as pessoas não entendiam bem do que se tratava e não houve tanta resistência. Agora estamos vindo de governos progressistas com sucesso no período entre 2002 e 2014, que foi a época de ouro da América Latina", disse Correa. 

Em julho do ano passado, a justiça equatoriana emitiu um mandato de prisão contra Correa por um suposto envolvimento num sequestro. O economista vive na Bélgica, onde pediu asilo político. 

'Prisão de Lula roubou democracia no Brasil'

Correa comparou sua situação as dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Fernández de Kirchner. Sobre o brasileiro, disse que "se não estivesse preso, seria ele o presidente, e não esse fascista elementar de Bolsonaro". Para o equatoriano, "com a prisão de Lula não apenas roubaram sua liberdade, mas a democracia no Brasil". 

Sobre a Argentina, afirmou que a vitória da chapa presidencial que tem Cristina como vice nas primárias foi "contundentes". Ele fez uma comparação entre o presidente argentino, Mauricio Macri, e Moreno. "O presidente Macri é um tipo de direita, as pessoas sabiam em que estavam votando. Moreno, ao contrário, se apresentou como esquerda, como a continuação da Revolução Cidadã, ganhamos e depois fez tudo ao contrário, jogou no lixo o programa de governo e adotou o plano do candidato perdedor", disse. 

Lenín Moreno foi vice-presidente de Correa e era seu aliado. Após ser eleito, no entanto, afasto-se do antigo correligionário, de quem se tornou rival. 

Protestos continuam e detidos sobrem para 700

O número de pessoas detidas nos protestos no Equador subiu para 700 pessoas. Milhares de pessoas saíram às ruas do país nesta quarta-feira para se manifestar contra o pacote econômico. Houve confronto em algumas localidades. A sede do governo foi transferida temporariamente para Guayaquil. 

Moreno diz que está negociando com os grupos insatisfeitos, e acusa Correa de apoiar os protestos violentos para desestabilizar o pais.

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