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Delegação cubana deixa plenário da ONU durante discurso de Bolsonaro

© REUTERS / Lucas JacksonAssembleia Geral da ONU
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A delegação de Cuba deixou a sala das Nações Unidas durante o discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral, em protesto contra as declarações do presidente brasileiro sobre o regime socialista.

No início do pronunciamento, os representantes da ilha caribenha se encontravam no plenário da ONU. O chefe de Estado brasileiro abriu a Assembleia Geral da organização. Os delegados cubanos tiravam fotos e mexiam em seus celurares.

No momento em que Bolsonaro começou a atacar Cuba, a delegação do país passou a fazer anotações, até que decidiram se retirar da sala, deixando suas cadeiras vazias até o fim do pronunciamento do presidente do Brasil.

Ao término do discurso, retornaram aos seus lugares. Em sua fala, Bolsonaro criticou duramente Cuba, o regime socialista e o programa Mais Médicos, que enviou milhares de médicos da ilha para atender em áreas remotas do Brasil.

"Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir. Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem [...] Respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU!", disse Bolsonaro.

Em função de declarações passadas de Bolsonaro, Cuba decidiu no final de 2018 romper o programa com o Brasil. A maioria dos médicos do país retornou para casa. Recentemente, o governo lançou o Médicos pelo Brasil, com objetivo de substituir o projeto antigo.

No entanto, há uma MP em discussão no Congresso que permitirá a volta dos profissionais cubanos que ficaram no Brasil para participar do Mais Médicos. Eles terão até dois anos para realizar o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira), podendo então migrar para o programa Médicos pelo Brasil.

"A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras.Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados! Civis e militares brasileiros foram mortos e outros tantos tiveram suas reputações destruídas, mas vencemos aquela guerra e resguardamos nossa liberdade", afirmou Bolsonaro em seu discurso.

Chanceler critica pronunciamento; Eduardo Bolsonaro ironiza cubano

Logo após o pronunciamento, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, criticou o presidente brasileiro por meio do Twitter. "Rechaço energicamente calúnias de Bolsonaro sobre Cuba e cooperação médica internacional. Delira e anseia os tempos da ditadura militar. Deveria ocupar-se da corrupção em seu sistema de justiça, governo e família. É o líder do incremento da desigualdade no Brasil".

​O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, usou o Twitter para ironizar o comentário do ministro das Relações Exteriores da ilha: "Se o chanceler cubano está reclamando é porque foi bom. É o nosso comunistômetro".

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