Colonizando o Universo: para onde iremos quando o Sol se apagar?

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Pesquisadores do mundo todo analisaram as possíveis novas moradias para o ser humano no Universo quando o Sol chegar ao seu fim daqui a cinco bilhões de anos.

Enquanto a ameaça de guerra nuclear, choques com asteroides massivos e cataclismos capazes de destruir a espécie humana não se concretizam, os cientistas chegaram à conclusão de que um dia o Sol se apagará, tornando a nossa vida na Terra impossível.

Para melhor entender o assunto, o diretor do Instituto de Magnetismo Terrestre, Ionosfera e Propagação de Ondas de Rádio Pushkov, Vladimir Kuznetsov, concedeu uma entrevista à Sputnik, enquanto que o trabalho de outros cientistas também foi considerado.

Entre a comunidade científica é aceita a conclusão de que o Sol chegará ao seu fim em cinco bilhões de anos. Embora pareça muito tempo, encontrar condições propícias à vida humana fora da Terra no Universo não é uma tarefa fácil. Para tanto, os preparativos para colonização deverão começar agora.

Procurando um novo lar

Segundo Kuznetsov, mais de quatro mil exoplanetas já foram encontrados no Universo. No entanto, somente algumas dezenas teriam condições atmosféricas semelhantes às da Terra, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Porto Rico em Arecibo, publicou o portal científico PHL.

Usando a velocidade da luz e técnicas de observação do Universo, os cientistas determinam a distância aproximada destes corpos celestes em relação à Terra. Cientificamente, a distância é medida em anos-luz, ou seja, a distância que a luz percorre durante 365 dias.

© Foto / NASA/JPL/Sistemas de Ciência Espacial MalinL 98-59b, o menor exoplaneta já descoberto pelo satélite TESS da NASA (imagem referencial)
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L 98-59b, o menor exoplaneta já descoberto pelo satélite TESS da NASA (imagem referencial)

Para fins de comparação, a luz oriunda do Sol chega a Terra em apenas sete minutos. Isso é o mesmo que dizer que a luz solar percorre quase 150 milhões de quilômetros em menos de dez minutos. Para tanto, a colonização do Universo exigirá transportes super velozes.

"Provavelmente, daqui a quatro 4,5 bilhões de anos, quando o Sol começar [...] a queimar os planetas do Sistema Solar, as pessoas irão inventar alguma espaçonave capaz de voar com velocidade próxima da luz. Só assim poderemos chegar até outras estrelas e planetas habitáveis ao seu redor", afirmou Kuznetsov.

Além da distância, os cientistas levam em consideração outras características da Terra para determinar se um planeta é habitável ou não. Entre elas estão a massa, tamanho, solidez do solo, presença de água, temperatura e distância em relação ao seu sol.

Tau Ceti e

Um dos exoplanetas mais próximos da Terra é o Tau Ceti e, o qual se encontra a 12 anos-luz de nós. Acredita-se que o planeta tenha condições semelhantes às da Terra. Seu tamanho é quatro vezes maior que o nosso planeta, enquanto que ele recebe 60% mais luz de sua estrela central do que a Terra do Sol.

Se Tau Ceti e realmente possui atmosfera, a temperatura média em sua superfície é de 70 °C. Isso é o suficiente para que organismos extremófilos consigam viver. Embora a temperatura seja consideravelmente superior à média da Terra, 15 °C, o grau de semelhança com nosso planeta é de 0,77.

Gliese 667 Ce

De acordo com cientistas alemães e britânicos, o exoplaneta Gliese 667 Ce da constelação de Escorpião teria condições propícias à vida. Sua massa é 2,7 vezes maior que a da Terra, enquanto que um ano lá é equivalente a 62 dias terrestres.

Há probabilidade de ser encontrada lá água em estado líquido, de acordo com um estudo de cientistas de diferentes países, publicou o ESO.org.

Sua estrela central é pequena, mas emite muita energia no espectro de infravermelho. Graças a isto, o planeta tem temperaturas parecidas com as da Terra. No entanto, devido à sua órbita, um lado do planeta seria muito quente, enquanto o outro seria demasiado frio. Mesmo assim, este fato não deverá ser empecilho em um cenário com tecnologias avançadas.

"Eu acredito que as chances de colonização de outros planetas são grandes. Tsiolkovsky [renomado cientista russo] não duvidava que a humanidade sairia ao espaço e começaria a colonizar o Sistema Solar, e depois mesmo além dele. Isso nós chamamos de projeto Tsiolkovsky", o que significa que a humanidade tentará sobreviver quando na Terra a vida já não seja mais possível, disse Vladimir Kuznetsov.

Vila de planetas

A cerca de 39 anos-luz do Sistema Solar existe uma estrela central chamada de TRAPPIST-1, rodeada por sete planetas semelhantes ao nosso.

O diâmetro desse sistema planetário não é maior que 0,6 da distância entre a Terra e o Sol.

© NASA . NASA/JPL-CaltechVisão artistica do sistema planetário TRAPPIST-1
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Visão artistica do sistema planetário TRAPPIST-1

Acredita-se que tais planetas tenham uma atmosfera densa com camada de ozônio, o que deve proteger o corpo celeste da forte ação dos raios ultravioletas de sua estrela central.

Dentre o grupo de sete, o TRAPPIST-1 d tem uma taxa de semelhança com a Terra de quase 0,9.

Kepler-438 b

Por último, o exoplaneta Kepler-438 b, presente na constelação de Lira, está localizado cerca de 473 anos-luz de nós. Seu tamanho é 12% maior que o do nosso planeta, embora sua massa seja quatro vezes mais pesada.

Sua superfície seria rochosa e a temperatura média na superfície de 3 °C, ao passo que a presença de água é provável.

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