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Crise na fronteira: governo paraguaio foi correto ao convocar embaixador do Brasil, diz especialista

© Sputnik / Renan LúcioBrasão da Polícia Federal do Brasil (arquivo)
Brasão da Polícia Federal do Brasil (arquivo) - Sputnik Brasil
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O governo do Paraguai convocou o embaixador do Brasil no país, Carlos Simas Magalhães, para se explicar após agentes da Polícia Federal do Brasil supostamente ultrapassarem o limite entre os dois países no Rio Paraná durante perseguição a uma lancha.

O incidente ocorreu na segunda-feira (9) em um clube perto de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.

Segundo o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Antonio Rivas Palacios, os policiais brasileiros chegaram a inclusive se deparar com bombeiros paraguaios, que levantaram as mãos e alertaram sobre a entrada irregular no território do país.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Robson Rodrigues, comentarista de Segurança Pública, ex-chefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, disse que o governo do Paraguai agiu corretamente.

"O que o governo paraguaio fez é o correto, é um país soberano e está cobrando informações porque ainda tem muitas dúvidas que precisam ser explicadas. O importante é que sejam esclarecidas essas informações por parte do embaixador brasileiro para que a gente não feche canais que são importantes de combate ao crime organizado", disse.

A Polícia Federal brasileira afirmou em nota que "houve uma troca de tiros próximo ao local onde os bombeiros estavam trabalhando. Havia uma embarcação lá perto, que é ponto de passagem de drogas inclusive, e os policiais ao realizarem a abordagem, foram recebidos a tiros e então revidaram”.

Robson Rodrigues estranhou o fato do Brasil e do Paraguai ainda não terem um acordo firmado para casos de operações policiais em região de fronteira.

"Sempre há uma articulação prévia para que no caso de uma perseguição você pode acabar extrapolando as fronteiras. Toda vez que tem polícias operando próximo de fronteira, o ideal seria que você tivesse um acordo prévio e um acordo de cooperação", afirmou.

O comentarista de Segurança Pública defende que a ocasião seja o ponto de partida para que os dois países articulem um acordo de cooperação para a região.

"O Paraguai tem se demonstrado muito solicito em atender as solicitações do governo brasileiro. O que causa estranheza é que não houve ainda um acordo de cooperação da segurança pública regional", completou.

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