'Limo assassino': algas tóxicas que podem matar pessoas em segundos invadem praias na França

© AFP 2023 / LOIC VENANCECaveira falsa coberta de algas tóxicas na praia de Vallais em Saint-Brieuc, no noroeste de França
Caveira falsa coberta de algas tóxicas na praia de Vallais em Saint-Brieuc, no noroeste de França - Sputnik Brasil
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Seis praias na região da Bretanha, localizada no oeste da França, tiveram que ser encerradas devido à acumulação em baías pouco profundas de algas que passaram a ser conhecidas como "limo assassino" costeiro.

Durante décadas, algas verdes potencialmente letais se têm acumulado na costa noroeste da região da Bretanha.

Os ambientalistas dizem que a florescência de quantidades anormalmente grandes de algas verdes está ligada ao despejo nos sistemas fluviais da região de nitratos em fertilizantes e detritos resultantes da produção intensiva de suinicultura, criação de aves e produção láctea, como consequência tudo isso vai parar ao mar, proporcionando assim fertilizantes às algas.

Para além disso, o problema é ecológico e sanitário, as algas libertam grandes quantidades de sulfeto de hidrogênio, um gás tóxico que se forma quando estas plantas se decompõem, fazendo com que as algas mucosas sejam potencialmente fatais para os humanos se forem pisadas.

De acordo com o antigo técnico de gás e ambientalista André Ollivro, o gás libertado pelas algas "poderia matar você em segundos".

"O influxo de algas verdes começou muito cedo, houve poucas tempestades e o mês de junho foi relativamente úmido, o que provocou com que mais água chegasse das zonas agrícolas criando assim mais algas verdes", disse o porta-voz da prefeitura da cidade de Saint-Brieuc à France 24.

Pelos menos duas pessoas e dezenas de animais morreram na região devido à inalação de gases tóxicos, entretanto algumas pessoas advertem que estes casos não mostram a extensão total do problema.

"Cerca de 20 pessoas morrem na costa anualmente, muitas das vezes levadas pelas marés ou correntes, mas a questão é: poderiam algumas daquelas pessoas ter desmaiado devido ao gás tóxico liberado pelas algas antes de ser levado pelo mar? O Estado não esclareceu plenamente todas essas questões", disse ao Guardian Inès Léraud, que escreveu um livro de quadrinhos de investigação sobre este escândalo.

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