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Brasil tem soja suficiente para suprir gigante mercado chinês?

© Foto / Pedro Revellion / Palácio Piratini / Fotos PúblicasColheita de soja no Brasil
Colheita de soja no Brasil - Sputnik Brasil
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Em função da guerra comercial entre os EUA e a China, Pequim deixou de comprar alguns produtos norte-americanos, inclusive a soja. Brasil tem como ocupar essa lacuna?

No ano passado, o Brasil atendeu praticamente sozinho a demanda do país asiático e o clima na imprensa era de que o país teria encontrado uma forma de se beneficiar do embate entre as duas maiores economias do mundo.

No entanto, aquele ano foi uma exceção, pois foi de safras recordes. Este ano, porém, em função do clima, os estoques brasileiros estão em queda e a próxima safra só estará disponível em muitos meses.

O Brasil tem como suprir a grande demanda do gigante asiático? Sputnik Brasil conversou sobre o tema com Fernando Cadore, vice-presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) de Mato Grosso e da Aprosoja Brasil.

Segundo ele, a oferta de soja no mundo todo está baixa.

"Os EUA são essenciais para suprir a demanda mundial e o Brasil pro si só não tem como atender a demanda de importação chinesa", explicou.

A demanda interna brasileira é altíssima, consumindo quase 65% da produção total que se aproxima de 100 milhões de toneladas. Mas os outros mercados não são tão expressivos.

"Vai ficar uma lacuna no mercado para ser atendida", alertou Cadore.

Ou seja, os Estados Unidos, na qualidade de maior produtor mundial de soja, eram essenciais para abastecer a China, pois o crescimento da produção brasileira, embora viva um constante aumento anual, deve desacelerar este ano.

"A China, de outubro pra frente, importa cerca de 7 milhões de toneladas de soja [brasileira] por mês. Segundo a última divulgação da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], o Brasil tem um dos menores estoques dos últimos tempos, em torno de 15 milhões de toneladas", disse Cadore.

"Somando as importações mensais da China com os estoques Brasileiros, não vai ter como atender. Eles vão ter que voltar para o mercado norte-americano pagando as tarifas, ou buscar outro mercado que tenha o produto, no caso o mercado argentino", concluiu o interlocutor da Sputnik Brasil.

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