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Governo Bolsonaro diz que dados sobre desmatamento não deveriam ter sido divulgados

© Wilson Dias/ Agência BrasilDesmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia - Sputnik Brasil
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O governo do presidente Jair Bolsonaro contestou nesta quinta-feira (1º), durante uma coletiva de imprensa em Brasília, os dados do desmatamento divulgados pelo monitoramento ambiental do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

Segundo dados, houve, até o dia 26 de julho, crescimento de 212% nas áreas desmatadas da Amazônia em relação ao mesmo mês do ano passado.

Ainda de acordo com o sistema gerenciado pelo Inpe, a devastação de florestas no período corresponde a 1.864 quilômetros quadrados, área maior do que o município de São Paulo.

A entrevista coletiva contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Heleno disse que mesmo que o governo considerasse os dados corretos, seria "conveniente" tratar as informações "internamente" para não alardear.

“O que preocupa mais aqueles que têm sentimento de brasilidade, que têm um amor pelo país, como todos deveriam ter, é que esses dados prejudicam muito a imagem do Brasil. Se fossem dados corretos, era preocupante e seria conveniente que nós não alardeássemos isso e que nós cuidássemos do problema internamente, procurássemos corrigir o que está errado", declarou durante a entrevista coletiva.

O ministro do GSI ainda foi mais duro e disse que os dados divulgados pelo Inpe são "falta de honestidade intelectual".

"Sendo dados falsos, é muito grave, porque isso prejudica o comércio brasileiro, prejudica a imagem do Brasil, nos coloca como grande destruir do meio ambiente na humanidade. São imagens que depois ficam muito difícil de resgatar. Isso é o que nos aflige, é a falta de honestidade intelectual", complementou Heleno.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez uma apresentação na qual afirmou que parte do desmatamento divulgado em junho deste ano ocorreu em meses anteriores, inclusive, em 2018.

"Salto de 88% [de desmatamento em junho de 2019] não é verdade", disse Salles.

Bolsonaro se manifestou no meio da entrevista e voltou a atacar o Inpe dizendo que há "gente" dentro do órgão interessada em prejudicar a imagem do país.

"Não quero afirmar, mas uma notícia como essa [crescimento do desmatamento na Amazônia], que não condiz com a verdade, tem um estrago muito grande na imagem do Brasil. Parece que tem gente interessada nisso, que não é a imprensa, porque o dado saiu lá de dentro [do Inpe], dos órgãos nossos", acusou Bolsonaro.

"Acho até que, aprofundando os estudos, ver se as pessoas divulgaram de má-fé esses informes para prejudicar o governo atual e desgastar a imagem do Brasil", completou o presidente da República.

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