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Por que Brasil, Chile e Colômbia buscam na China solução para crise venezuelana?

© AP Photo / Fernando LlanoPresidentes da Venezuela e China, Nicolás Maduro e Xi Jinping
Presidentes da Venezuela e China, Nicolás Maduro e Xi Jinping - Sputnik Brasil
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Seguindo a lógica do cenário traçado pelos EUA, países como o Brasil, Chile e Colômbia não estão interessados na resolução da crise venezuelana, afirma Vladimir Kharlamenko, especialista do Instituto da América Latina (Moscou).

Na opinião de Kharlamenko, talvez o mais interessante seja que Brasília, Bogotá e Santiago foram os primeiros países a seguir Washington no reconhecimento da autoproclamação do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente encarregado da Venezuela e a exigir a renúncia do presidente venezuelano legítimo, Nicolás Maduro.

No dia 28 de julho, como parte de uma visita oficial, o presidente colombiano Iván Duque Márquez esteve na China, tendo como foco em sua agenda o desenvolvimento da cooperação comercial e a crise venezuelana.

Por sua vez, o líder chileno Sebastián Piñera pediu ao ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, para cooperar com Santiago na resolução da crise venezuelana. Antes disso, o chanceler chinês abordou a situação na Venezuela durante seu encontro com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

O especialista Jiang Shixue, da Universidade de Xangai, recordou que, antes de estes três Estados solicitarem a ajuda da China, Pequim declarou que as forças externas não deveriam interferir nos assuntos internos de outros países e recorrer à intervenção militar ou ameaçar utilizá-la.

Ajuda chinesa

Durante entrevista à Sputnik Mundo, o especialista Kharlamenko afirmou que há pelo menos quatro razões pelas quais os países latino-americanos insistem em que seu "amigo" asiático os ajude a resolver o problema venezuelano.

A primeira é devido à China ser a segunda maior economia do mundo, seguida pelo fato de sua influência estar crescendo na arena mundial. As outras razões residem no fato de Pequim ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, além de ter boas relações com a Venezuela e os três países já citados.

"Por essa razão, esses países consideram que Pequim pode desempenhar um papel importante na resolução da crise venezuelana […] Nenhum desses Estados quer que o problema venezuelano seja resolvido da mesma forma que os EUA o colocaram no início de 2019. Ou seja, atacando e esmagando autoridades legítimas", explicou o analista russo.

Colômbia, Brasil e Chile há muito se empenham em diversificar seus laços externos para que não dependam apenas da cooperação com seu vizinho americano. O cenário norte-americano previa restabelecer seu domínio ilimitado na América Latina e aparentemente não é conveniente para os países da região.

Após 20 anos de negociações, o Mercado Comum do Sul e a União Europeia chegaram a um acordo em 28 de junho que abrange um mercado total de quase 800 milhões de habitantes e constitui o maior acordo comercial alcançado por ambos os blocos em sua história. Além disso, estes três países prestam grande atenção ao desenvolvimento das relações com Pequim e outros países asiáticos.

Tensões políticas

A crise política na Venezuela se agravou ainda mais no dia 21 de janeiro deste ano, quando ocorreram protestos em massa contra Maduro, depois de sua reeleição. Após esse episódio, Guaidó proclamou-se presidente interino, em uma tentativa de depor Maduro.

Vários países ocidentais, liderados pelos EUA, anunciaram o seu reconhecimento de Guaidó, enquanto a Rússia e a China, assim como vários outros países, manifestaram seu apoio a Maduro como o único presidente legítimo da Venezuela.

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