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Fala de Bolsonaro sobre desmatamento é um 'absurdo', diz pesquisador do INPE

© Wilson dias/Agência Brasil/Fotos PúblicasDesmatamento voltou a crescer na Amazônia nos dois últimos anos
Desmatamento voltou a crescer na Amazônia nos dois últimos anos - Sputnik Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou os dados que apontam aumento no desmatamento na Amazônia. A fala foi rebatida pelo presidente do órgão responsável pelo levantamento e abriu uma disputa.

O desmatamento na Amazônia Legal foi 88% maior em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2018, afirma o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo levantamento do Instituto, foram desmatados 920,4 quilômetros quadrados em junho de 2019.

"Pelo nosso sentimento isso não corresponde à verdade e parece até que [o presidente do INPE] está a serviço de alguma ONG", disse Bolsonaro após a divulgação da cifra do INPE, órgão subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

O presidente do INPE, Ricardo Galvão, rebateu a fala do presidente em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e disse que os dados são respeitados mundialmente: "Como se ele [Bolsonaro] tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados". Galvão também negou estar a serviço de qualquer ONG ambiental, garantiu que não irá pedir demissão e classificou a atitude do presidente como "pusilânime e covarde".

Em entrevista à Sputnik Brasil, o pesquisador de astrofísica do INPE Carlos Alexandre Wuensche qualifica a fala Bolsonaro como um "absurdo". 

"O ponto principal é a palavra que o presidente usou, ele tem o 'sentimento' que esses resultados são falsos e que o INPE está mentindo sobre os dados. Isso é um absurdo, não existe sentimento em ciência, não existe sentimento no tipo de serviço que a gente avalia, existe eficiência e metodologia e existe um trabalho muito sério."

Bolsonaro disse que as informações sobre desmatamento deveriam ser entregues previamente para evitar ser pego "de calças curtas" e que os dados devem, antes de serem publicados, informados ao ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Wuensche, que também já foi chefe de gabinete da direção do INPE, garante que os dados já são compartilhados.

"Esses dados são abertos, qualquer pessoa pode verificar. Nenhum desses resultados é colocado na mídia sem uma conversa com o Ministério do Meio Ambiente, então o INPE nunca faz esse anúncio sozinho, ele comunica o ministro da Ciência e Tecnologia, então esse anúncio de feito de maneira combinada, todo mundo sabendo o que está acontecendo." 

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