Contra quem lutarão os soldados americanos enviados à Arábia Saudita?

© REUTERS / Jonathan ErnstO presidente dos EUA, Donald Trump, com o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud em Riad, Arábia Saudita, em 21 de maio de 2017
O presidente dos EUA, Donald Trump, com o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud em Riad, Arábia Saudita, em 21 de maio de 2017 - Sputnik Brasil
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A administração do presidente norte-americano Donald Trump planeja enviar centenas de soldados à Arábia Saudita, comunica o canal de notícias CNN, citando funcionários do Pentágono.

De acordo com a mídia, a iniciativa tem como intuito o aumento das tensões com o Irã e já provocou reações no país persa.

O especialista em relações internacionais da Universidade Islâmica de Azad, Mojtaba Jelalzadeh, explicou à Sputnik Mundo como Teerã vê esse passo de Washington.

Para Jelalzadeh, é improvável que os soldados norte-americanos agravem ainda mais a situação, pois Trump não quer participar diretamente de um conflito com o Irã. Mas Jelalzadeh não descarta a participação do contingente nas chamadas "guerras por procuração".

Estratégia e pressão americana

O especialista resume a iniciativa de enviar cerca de 500 soldados americanos para a Arábia Saudita a dois aspectos, sendo o primeiro a estratégica americana de exercer a máxima pressão sobre Teerã para obter uma posição melhor nas negociações.

O outro aspecto reside na política econômica dos EUA.

"Todos sabem que, durante o mandato de Trump, Washington e Riad assinaram vários contratos de venda de armas nos EUA. Com o envio de 500 soldados americanos, ele deixa seu parceiro saber que, em um potencial conflito, defenderá os seus interesses", afirmou.

Jelalzadeh ainda explica que o envio de soldados para a Arábia Saudita é uma ameaça dirigida contra a Síria e o Iêmen, sublinhando que, durante estes anos do conflito no país iemenita, as forças sauditas não têm sido capazes de vencer, mesmo utilizando armas americanas sofisticadas.

"Os Estados Unidos, por várias razões, não querem se envolver em um novo conflito no Oriente Médio [...] As enormes despesas da agenda militar de Washington são impossíveis de recuperar. A presença dos EUA e dos seus militares em qualquer outro conflito no Oriente Médio colocaria em perigo os seus interesses nacionais", conclui o analista.

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