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Especialista revela novo enfoque do governo Bolsonaro em relação ao Mercosul

© REUTERS / HandoutPresidente da Argentina, Mauricio Macri, e seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, na 54ª cúpula de presidentes do Mercosul
Presidente da Argentina, Mauricio Macri, e seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, na 54ª cúpula de presidentes do Mercosul - Sputnik Brasil
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A 54ª cúpula de presidentes do Mercosul aconteceu na quarta-feira (17), na província argentina de Santa Fé. A Argentina entregou a presidência temporária do bloco ao Brasil, que pretende promover um novo tratado de livre comércio.

Depois que o Mercosul chegou a um acordo com a União Europeia após 20 anos de negociações, a primeira reunião dos presidentes foi principalmente sobre a implementação deste tratado.

A reunião contou com a presença dos presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e dos presidentes da Bolívia e do Chile como convidados.

"Daremos continuidade, continuaremos em negociações de acordos externos e em negociações de redução de tarifas", disse o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Bolsonaro recebeu a presidência do bloco das mãos do argentino Mauricio Macri e garantiu que estão em andamento negociações avançadas para concluir um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio.

O brasileiro também falou de uma aproximação ainda maior com a Aliança do Pacífico e pediu internamente para melhorar a união aduaneira de forma a incluir automóveis e açúcar.

Negociações com países desenvolvidos

No entanto, na opinião do jornalista brasileiro Breno Altman, a orientação que Bolsonaro dará ao Mercosul não estará centrada na integração interna, mas sim na concretização de negociações com países desenvolvidos, como os europeus ou os próprios EUA.

"Acredito que, desde a assinatura do acordo com a União Europeia, Bolsonaro estabeleceu outra perspectiva para seu governo em relação ao Mercosul. Ele considera que o acordo com a UE garante que o grupo neoliberal, que é a aliança formada especialmente entre ele e Macri, poderá efetivamente comandar o bloco para uma concepção muito mais vinculada a acordos comerciais com os países desenvolvidos", disse ele em conversa com a Sputnik Mundo.

Na terça-feira (16), nas vésperas da cúpula, o porta-voz da presidência do Brasil, Otávio Rêgo Barros, anunciou que o presidente proporia um acordo de livre comércio com os EUA.

Aliança entre Brasil e Argentina

Otávio Rêgo Barros acrescentou ainda que o Ministério das Relações Exteriores já tinha uma minuta do pedido de acordo, para que o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, possa tratar da questão quando se tornar embaixador do país nos EUA.

"Uma vez que os dois países mais industrializados do Mercosul aceitam um acordo como o assinado com a UE, que enfraquece a indústria nacional mas favorece a produção agrícola, não seria estranho aprová-lo se querem replicá-lo com os EUA. Países como o Uruguai ou o Paraguai, que têm força na agricultura e não na indústria, teriam menos problemas para assiná-lo", disse Altman.

Para ele, isso pode perfeitamente acontecer, pois os países com maior industrialização, como a Argentina e o Brasil, concordam com isso e, no entanto, seriam os perdedores antes da concretização do documento.

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