Macron anuncia criação de 'Força Espacial' francesa e aumenta militarização do espaço

© AP Photo / Exército da FrançaCaças Rafale da Força Aérea da França se prerarem apoiar a coalizão internacional contra o Estado Islâmico, 27 de setembro de 2015
Caças Rafale da Força Aérea da França se prerarem apoiar a coalizão internacional contra o Estado Islâmico, 27 de setembro de 2015 - Sputnik Brasil
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O presidente francês Emmanuel Macron anunciou a criação de um comando espacial dentro da Força Aérea do país para aumentar as capacidades de defesa. A iniciativa é semelhante aos planos dos EUA e da OTAN.

"Para dar substância a essa doutrina e garantir o desenvolvimento e reforço de nossas capacidades espaciais, um comando espacial será criado em setembro próximo na Força Aérea", afirmou Macron enquanto se dirigia a militares, um dia antes do feriado nacional do país - o Dia da Bastilha.

A nova força será renomeada "Espaço e Força Aérea" em algum momento, Macron revelou, acrescentando, no entanto, que o investimento para realmente criá-lo ainda está para ser determinado.

No ano passado, a ministra da Defesa da França, Florence Parly, declarou que o país buscava alcançar autonomia estratégica no espaço, em meio a crescentes ameaças de militarização do espaço.

A medida imediatamente provocou a comparação com a força espacial dos EUA, cuja criação foi pomposamente anunciada pelo presidente Donald Trump no início deste ano. Espera-se que o sexto ramo das Forças Armadas dos EUA se materialize até 2020.

© REUTERS / Vincent KesslerPresidente francês, Emmanuel Macron (à esquerda), saúda seu homólogo estadunidense, Donald Trump, na entrada do Palácio do Eliseu, em Paris
Macron anuncia criação de 'Força Espacial' francesa e aumenta militarização do espaço - Sputnik Brasil
Presidente francês, Emmanuel Macron (à esquerda), saúda seu homólogo estadunidense, Donald Trump, na entrada do Palácio do Eliseu, em Paris

Espera-se que mais nações da OTAN "surjam" com a mesma ideia, já que a aliança está se preparando para reconhecer o espaço como um domínio de guerra autônomo no final deste ano.

Brecha

O atual Tratado do Espaço Exterior de 1967 proíbe que todos os seus partidos utilizem armas nucleares e outras armas de destruição em massa no espaço, posicionando-os na Lua e em outros corpos celestes, bem como criando instalações militares e mantendo manobras por aí.

Ainda assim, o acordo não proíbe a implantação de equipamentos militares convencionais e não de destruição em massa em órbita.

Essa brecha resultou em ideias como o lançamento de armas cinéticas orbitais, o uso de lasers de todos os tipos e o estacionamento de mísseis convencionais. Nenhuma dessas ideias realmente se concretizou, principalmente devido aos custos astronômicos, assim como limitações técnicas e valor de combate questionável.

Embora os EUA - e seus aliados, em menor medida - estejam de olho na militarização do espaço há anos, seus adversários em potencial são os culpados por isso, como de costume.

Um artigo recente da Agência de Inteligência e Defesa (DIA) do Pentágono afirmou que tanto a Rússia quanto a China "veem o espaço como importante para a guerra moderna e veem as capacidades do espaço como meio de reduzir a eficácia militar dos EUA e aliados". Tais atividades podem, em última análise, prejudicar a superioridade das Forças Armadas dos EUA.

Tanto a China quanto a Rússia têm ramificações espaciais em suas Forças Armadas, mas nenhuma delas colocou armamentos lá fora, concentrando-se na defesa - afinal de contas, é para o espaço que os mísseis balísticos estratégicos (dotados de ponta nuclear, potencialmente) viajam assim que deixam o solo.

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