Humanidade estaria preparada para lidar com escassez de certos recursos?

© AP Photo / Vahid SalemiTécnico de petróleo iraniano verifica as instalações do separador de óleo no campo petrolífero de Azadegan, perto de Ahvaz, Irã (imagem referencial)
Técnico de petróleo iraniano verifica as instalações do separador de óleo no campo petrolífero de Azadegan, perto de Ahvaz, Irã (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Segundo estimativas, atualmente, a humanidade utiliza os recursos 50% mais rapidamente do que estes podem ser regenerados.

As carências de alguns recursos foram subestimadas e podem mudar irreversivelmente a forma como vivemos.

A pressão sobre recursos petrolíferos e metálicos não é de hoje, mas há outros problemas menos conhecidos de outros materiais essenciais que podem provocar grande aumento de preços e causar grandes retrocessos tecnológicos, além de conflitos globais nas próximas décadas.

Desse ponto de vista, analisamos o futuro próximo desses possíveis choques de recursos que a humanidade pode vir a enfrentar.

Hélio

Apesar de o elemento hélio ser abundante no Universo, estando atrás apenas do hidrogênio, ele não é abundante na Terra, ou seja, não é possível elevar a sua produção quando estiver quase esgotado.

Além disso, não pode ser substituído por outro qualquer elemento. O hélio permite à humanidade alcançar temperaturas próximas do zero absoluto (-273,15 C), que é fundamental para a pesquisa científica, industrial e médica.

 

 

Dessa maneira, a sua escassez afetaria a pesquisa de supercondutores, fibras óticas, mísseis guiados e até mesmo o Grande Colisor de Hadron. Sendo assim, precisamos do hélio, mas nenhuma medida esta sendo tomada para evitar sua escassez.

O hélio é formado através da decomposição de materiais radioativos como o urânio e o tório, sendo frequentemente encontrado em reservatórios subterrâneos de gás natural. Contudo, sua separação do gás natural é consideravelmente cara.

Como resultado, o custo do hélio aumentou 250% nos últimos anos.

Areia

A areia é o principal componente do concreto, asfalto e do vidro, assim como de outros materiais de construção, além de ser parte integrante do silício utilizado na indústria eletrônica.

É o segundo recurso mais utilizado no planeta, atrás apenas da água. A ONU estima que dois terços da população mundial viverão até 2050 em cidade com projetos de construção e de infraestrutura, que exigirão grandes quantidades de areia.

 

 

Além disso, a elevação do nível do mar tornará necessária uma maior quantidade de areia, já que as barreiras de concreto são as mais adequadas contra as inundações costeiras. Contudo, quando a areia é extraída dos leitos dos rios e das linhas costeiras, isso aumenta ainda mais as inundações, criando um círculo vicioso.

Vale destacar que a areia utilizada na indústria da construção civil é uma areia com grãos grossos e irregulares, diferente da areia existente nos desertos.

Fósforo

As rochas fosfáticas, encontrada apenas em alguns países, incluindo os EUA, a China e Marrocos, são um elemento fundamental para a fertilização e parte integrante da futura segurança alimentar da humanidade. Mas o fósforo está se esgotando.

Marrocos controla três quartos das reservas mundiais deste recurso, e o chamado "pico do fósforo" provavelmente ocorrerá entre 2035 e 2075, segundo estimativas que têm em conta os atuais níveis de consumo, além dos níveis previstos.

 

 

Atualmente, não há qualquer substituto para o fósforo na produção alimentar, além de não poder ser produzido ou sintetizado em laboratório.

Um aumento súbito de 800% do preço do fósforo em 2008 causou protestos e suicídios entre os agricultores do mundo inteiro.

A boa notícia é que o fósforo pode ser recapturado após a utilização e reciclado diversas vezes, se forem utilizadas técnicas corretas para retirá-lo dos resíduos humanos e animais, além dos resíduos dos alimentos e das colheitas.

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