Turquia envia sinal aos EUA e a outros países ocidentais de que não se oporá à China

© AFP 2023 / Jason Lee/PoolRecep Tayyip Erdogan e Xi Jinping (arquivo)
Recep Tayyip Erdogan e Xi Jinping (arquivo) - Sputnik Brasil
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A Turquia e a Malásia, dois grandes países mulçumanos, teriam enviado um sinal aos EUA e a outros países ocidentais de que não pretendem se opor à China.

O assunto estaria ligado ao tema dos uigures de Xinjiang, e ambos os países mulçumanos demonstraram que não possuem qualquer intenção de participar de ações contra o gigante asiático.

A região, localizada no noroeste da China, faz parte da controvérsia entre China e Ocidente devido aos uigures, mulçumanos que vivem na região e acreditam que fazem parte de uma etnia e cultura mais próxima das nações da Ásia Central do que da China.

Os uigures acusam as autoridades centrais de terem intensificado a perseguição, já que fazem parte de uma minoria, enquanto possuem o apoio de Washington, que exige que Pequim garanta maior liberdade.

© AP Photo / Andy WongBandeira dos EUA junto a emblema nacional da China (foto de arquivo)
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Bandeira dos EUA junto a emblema nacional da China (foto de arquivo)

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, teria afirmado que "é inegável que todos os povos de Xinjiang vivam felizes no desenvolvimento e prosperidade da China", apresentando um desafio ao Ocidente durante as conversas com o presidente chinês, Xi Jinping, que ocorreram em Pequim.

Essa mudança do governo turco é resultado de diversos esforços diplomáticos de Pequim, informou Li Bingzhong, analista do Centro de Estudos Turcos da Universidade Pedagógica de Shenzhen, à Sputnik.

"Anteriormente, a Turquia havia criticado a política da China em Xinjiang, porém, na realidade, era apenas uma declaração de um representante do Ministério das Relações Exteriores turco. Não foi de alto nível político e não foi necessariamente um reflexo do posicionamento do presidente Erdogan", comentou.

Nova posição turca

Para o analista, a Turquia mudou seu posicionamento pelo Ministério das Relações Exteriores e a embaixada da China na Turquia terem realizado um grande trabalho. O embaixador chinês na Turquia, Deng Li, esclareceu o tema em entrevista.

Além disso, destacou que a política interna e a diplomacia de Erdogan "estão atravessando um período muito complicado e sua visita à China é uma forma de encontrar uma solução para os problemas das políticas interna e externa. Em nome de seus próprios interesses, a Turquia chama atenção sobre as questões que preocupam o governo chinês e que afetam seus interesses".

Acredita-se que a avaliação anterior turca sobre a situação dos direito humanos em Xinjiang tenha sido influenciada e causada pela pressão dos EUA. No entanto, o líder turco assegurou durante as negociações com o líder chinês que "a parte turca não permitirá que nada cause discórdia nas relações sino-turcas".

Pressão dos EUA

Vale destacar que Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, publicou no Twitter que "o mundo não pode permitir a vergonhosa hipocrisia da China com os mulçumanos", afirmando que os chineses protegiam os grupos terroristas islâmicos das sanções na ONU.

Entretanto, o presidente do governo da Região Autônoma de Uigur de Xinjiang, Shohrat Zakir, defendeu o "programa de educação e capacitação vocacional", que busca erradicar o extremismo religioso e a infiltração de terroristas na região.

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