Dividir para reinar: Bolton apela a 'cortar os laços' entre Cuba e Venezuela

© AP Photo / Cliff OwenAssessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton (foto de arquivo)
Assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, prometeu cortar os laços existentes entre Havana e Caracas por meio de sanções contra entidades que transacionam petróleo e outros artigos de exportação.

Essas declarações foram feitas após uma empresa petrolífera italiana ter sucumbido à pressão.

O Departamento de Estado dos EUA retirou as sanções antes aplicadas à empresa petrolífera PB Tankers, com sede na Itália, elogiando-a por tomar medidas para "garantir que seus navios não sejam mais cúmplices no apoio ao antigo regime de Maduro".

A empresa fora sancionada em abril junto com três outras, acusadas pelos EUA de ajudarem o governo de Maduro ao transportarem petróleo da Venezuela para Cuba, entre outros destinos. A inclusão da empresa na lista caiu como uma bomba para a PB Tankers, que disse estar "chocada e preocupada" com o acontecido, enquanto prometia cumprir as exigências.

Outras vítimas das sanções

Enquanto a empresa italiana cedeu à intimidação dos EUA, Washington impôs igualmente sanções à Cubametales, uma empresa estatal cubana. Em comunicado divulgado na quarta-feira, o Departamento de Estado chamou a empresa cubana de "principal facilitadora das importações de petróleo da Venezuela" pela sua tentativa de romper o bloqueio econômico dos EUA.

Bolton parece estar orgulhoso de ter intimidado as empresas para que negassem serviços à Venezuela, tweetando que os EUA "continuariam tomando medidas" para acabar com o que ele chamou de esquema de "petróleo por repressão".

Cuba deve ser considerada responsável pelo papel desestabilizador que continua a desempenhar na Venezuela.

​"Continuaremos cortando os laços entre Cuba e Venezuela que contribuem para a repressão", escreveu.

​Segundo o Departamento de Estado, "cada gota de petróleo venezuelano enviada para Cuba é trocada por mais agentes de segurança e inteligência e outro pessoal, o que rouba e empobrece ainda mais uma nação outrora rica".

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, escreveu em sua página no Twitter:

​Os EUA não têm o direito de tomar medidas unilaterais em relação a entidades de Cuba ou de outros países que fazem comércio com a Venezuela. Isso é uma violação do Direito Internacional, das regras que regulam o comércio e um ataque às relações com Estados soberanos.

Estratégia dos EUA

A administração Trump prometeu acabar com a cooperação entre a Venezuela e Cuba, que, junto com a Rússia, China, Turquia e várias outras nações latino-americanas, tomaram o lado de Maduro na turbulência política atual.

Washington acusou Havana de desempenhar um papel "desestabilizador" na América Latina e na Venezuela, sujeitando Cuba a várias rodadas de sanções por o país ter se recusado a abandonar seu aliado principal.

Bolton afirmou que os militares venezuelanos desertariam e abandonariam Maduro e se juntariam ao autoproclamado "presidente interino" Juan Guaidó, se os cubanos "deixassem que eles fizessem isso".

Bolton nunca escondeu as verdadeiras intenções dos EUA na Venezuela, encorajando abertamente a mudança de regime, alegando que Guaidó goza de um "apoio público esmagador" após a tentativa falhada de golpe, considerando que o impasse entre o governo de Maduro e a oposição ainda está em curso.

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