Trump afirma que Venezuela pode se tornar 'vila fantasma' devido à emigração

© REUTERS / Kazuhiro Nogi / PoolPresidente dos EUA Donald Trump na cúpula do G20 em Osaka
Presidente dos EUA Donald Trump na cúpula do G20 em Osaka - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no sábado que "tantas pessoas estão deixando a Venezuela" que o país pode se tornar "uma vila fantasma".

Durante uma coletiva de imprensa no final do segundo dia da cúpula do G20 em Osaka, o presidente dos Estados Unidos descreveu a situação no país caribenho como uma "catástrofe" e conjeturou que "é isso que o socialismo pode fazer".

"É uma coisa muito ruim o que está acontecendo na Venezuela, na verdade ninguém viu algo assim", disse Trump, adicionando que tinha "cinco estratégias diferentes" sobre o país latino-americano, enquanto esclareceu que sua abordagem quando ao país "poderia mudar" em qualquer momento.

O presidente norte-americano também denunciou que aquilo que está fazendo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "simplesmente não funciona" e recordou que há duas décadas Venezuela era "um dos países mais ricos".

Trump fez essas declarações pouco depois de os EUA terem imposto sanções contra dois ex-funcionários venezuelanos e contra Nicolás Maduro Guerra, filho do presidente da Venezuela.

Até que ponto os números são reais?

Historicamente, a Venezuela tem sido caracterizada como receptora de imigrantes. A porcentagem daqueles que chegavam era maior do que a dos que saíam. Nos últimos anos, no entanto, a situação difícil da Venezuela, que foi impulsada, entre outros fatores, pela queda sustentada dos preços do petróleo e sanções unilaterais impostas pelos EUA, fez com que uma parte de seus habitantes decidisse emigrar e que, pela primeira vez em décadas, o país sul-americano deixasse de ter um saldo migratório positivo.

No início de junho, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) indicou que o número de venezuelanos que tinham saído de se país atingiu quatro milhões.

No entanto, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza condenou a agência por "reciclar" a questão da migração e publicar números "inflados" para pedir "mais recursos com destino incerto" e agredir seu país após o fracassado golpe de estado de 30 de abril.

© REUTERS / StringerCidadãos venezuelanos na fronteira entre Chile e Peru em Arica
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Cidadãos venezuelanos na fronteira entre Chile e Peru em Arica

Além disso, Arreaza lembrou ao ACNUR que "seu mandato é limitado aos refugiados", então, "tentar obter recursos usando a migração econômica e confundindo a opinião pública [ele] não só foge ao seu mandato, mas também revela uma clara estratégia política intervencionista", enfatizou ele.

O governo bolivariano tem denunciado repetidamente que a migração venezuelana é usada como instrumento de manipulação da mídia. O Ministério das Relações Exteriores sustenta que a Venezuela enviou "mais de 70 notas" aos governos do Peru, Colômbia e Equador "para que relatassem o número real de venezuelanos e venezuelanas chegados a seus territórios", embora "sem sucesso".

Regresso à Pátria

Enquanto isso, o governo venezuelano lançou o plano "Vuelta a la Patria" em 2018, que busca o retorno de seus cidadãos à Venezuela e sua reintegração na sociedade. O plano abrange vários países, em alguns dos quais, como o Peru ou o Equador, houve atos xenófobos que levaram muitos cidadãos a decidir retornar.

O presidente do Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa), Ramón Velásquez, disse na semana passada que seis novos voos serão lançados a partir de julho no âmbito do programa. "Há mais de 50.000 venezuelanos que querem voltar ao nosso país, e nós estamos expandindo a cobertura com aviões e frequências [de voos] para trazê-los o mais rápido possível", explicou Velásquez.

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